TAP. Oposição critica nova versão do relatório e aponta omissões
Porto Canal/Agências
Os partidos da oposição reiteraram hoje as críticas ao relatório da comissão de inquérito à TAP, insistindo, entre outras omissões, na ausência de depoimentos e conclusões sobre os incidentes no Ministério das Infraestruturas.
Durante a apreciação do relatório elaborado pela deputada socialista Ana Paula Bernardo, os partidos da oposição reiteraram as críticas feitas na altura da apresentação do documento preliminar. Os partidos condenam sobretudo a ausência de referência aos incidentes no Ministério das Infraestruturas, em 26 de abril, e ao que consideram a provada interferência política na gestão da TAP.
O deputado bloquista Pedro Filipe Soares aponta “diversas debilidades”, como a omissão de declarações de “um conjunto alargadíssimo de audições vistas por todo o país”.
Já o deputado comunista Bruno Dias considera que a versão final do relatório, que inclui cerca de 40% das propostas apresentadas por BE, PCP, Chega e PS, “tem como problema principal a mesma opção política que está a prevalecer na atuação do Governo, […] que é apontar para o caminho da privatização futura”.
Em nome do Chega, o deputado Filipe Melo afirma que as propostas do partido acolhidas pela relatora configuram alterações “circunstanciais", ignorando pontos que considera fundamentais e que “marcadamente comprovam a existência de ingerência politica na gestão da companhia aérea”.
Sem surpresa, o PS fica isolado na defesa do documento, com o deputado Bruno Aragão a sublinhar que “a primeira coisa que a comissão de inquérito deve fazer é ter uma natureza e conteúdo factual e muito menos uma natureza e conteúdo político”.
PSD e IL não apresentaram qualquer proposta de alteração. O social-democrata Paulo Moniz justifica a decisão: este é o “melhor relatório para o senhor primeiro-ministro”. Já Bernardo Blanco, da IL, diz que o partido não tinha apresentado propostas propositadamente, por não poder compactuar com o documento.