Mariana Mortágua acusa Rui Moreira de boicotar marcha LGBTI+ do Porto

Mariana Mortágua acusa Rui Moreira de boicotar marcha LGBTI+ do Porto
| Porto
Porto Canal / Agências

A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, considerou que o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, "quis boicotar" o dia da Marcha do Orgulho LGBTI+ da cidade, que se realiza esta tarde no centro, rumo à Cordoaria.

"Houve um apelo desta Marcha de Orgulho LGBT contra uma decisão autoritária do presidente Rui Moreira, que quis boicotar este dia, que é um dia de luta pelos direitos humanos, um dia de luta pela igualdade, pela democracia, pela liberdade", disse Mariana Mortágua aos jornalistas.

A coordenadora do BE falava no arranque da marcha, que se iniciou na Praça da República, com milhares de pessoas no Jardim de Teófilo Braga.

Para Mariana Mortágua, "Rui Moreira não quis que as celebrações da marcha, que este dia de luta, se fizesse no centro da cidade", acusando ainda o autarca do Porto de preferir "o modelo antigo, em que as pessoas têm que se esconder, têm de sair do centro da cidade, não se podem mostrar como elas são, no sítio onde toda a gente as vê".

"Nós estamos aqui para dizer ao presidente da Câmara do Porto, juntamente com estes milhares de pessoas, que com ou sem a sua licença a marcha LGBT do Porto irá celebrar-se, irá fazer o seu dia de luta no centro do Porto", sublinhou.

Na segunda-feira, à margem de uma reunião do executivo, Rui Moreira (independente) afirmou que o município "não é ouvido nem achado" quanto à realização da iniciativa.

"A marcha pode organizar-se onde pretenderem. Podem começar onde quiserem, podem acabar onde quiserem, no dia que quiserem e à hora que quiserem", afirmou o autarca, dizendo que, à semelhança de outras manifestações, tem apenas de ser comunicada à Polícia de Segurança Pública.

"Questão diferente", considerou, é a realização, após a marcha, do arraial, para o qual os organizadores solicitaram apoio financeiro e logístico à autarquia, que anuiu à parte do apoio logístico, acabando por sugerir, depois de vários dias de polémica e de trocas de posições e de localizações sugeridas, o Covelo ou as Fontainhas.

Na semana passada, ainda antes de sugerir definitivamente as Fontainhas, a Câmara do Porto tinha também defendido que a realização do arraial da Marcha do Orgulho LGBTI+ (sigla para lésbicas, gauss, bissexuais, transexuais, intersexuais e outras orientações sexuais e identidades de género) no centro da cidade "não facilitaria a mobilidade" num fim de semana com vários eventos.

Para Mariana Mortágua, "Rui Moreira não deu sinais, em nenhum momento deste processo, em estar, de facto, preocupado com a mobilidade das pessoas, até porque há vários outros eventos no Porto que colocam em causa a mobilidade das pessoas e nem por isso foram boicotados pelo presidente da Câmara".

A coordenadora do BE considerou que "o que o presidente da Câmara não quer é a celebração da Marcha LGBT no centro da cidade, para toda a gente ver".

"Já passámos por isso e não vamos voltar atrás. E é por isso que todas estas pessoas dizem ao presidente da Câmara que não precisam da sua licença", sublinhou.

+ notícias: Porto

Matosinhos espera lançamento do concurso da linha de São Mamede em novembro de 2025

A Câmara de Matosinhos informou esta sexta-feira que o consórcio responsável pelo estudo da nova linha de São Mamede e a Metro do Porto asseguraram que o concurso para a conceção e construção pode ser lançado em novembro de 2025.

Pedonalizada Rua de S. João no Porto terá barreiras para evitar estacionamento abusivo

A Rua de São João, no Porto, recentemente intervencionada com vista à sua pedonalização, verá instalada "nos próximos meses" barreiras para evitar o estacionamento automóvel, disse à Lusa o vereador do Urbanismo da Câmara do Porto.

Autocarros antigos da STCP ganham nova vida em África

Com o processo de renovação da frota de autocarros, a STCP previa demolir alguns dos veículos a diesel mais antigos. Mas pelo menos 21 destas viaturas tomam outro rumo e seguem a caminho da Guiné-Bissau, em África, onde os autocarros vão continuar a servir as populações locais. Esta sexta-feira, a STCP enviou a segunda remessa, com mais cinco autocarros a bordo de um barco, prevendo-se que daqui a 15 dias cheguem ao país africano. A última tranche, com dez autocarros, deverá ser enviada em janeiro de 2024.