Depois de polémica "Rock in Rio Febras" atinge dimensão nacional e espera enchente em S. Salvador de Briteiros

André Arantes
| Norte
Henrique Ferreira

Se nunca ouviu falar na aldeia de São Salvador de Briteiros, no concelho de Guimarães, isso está prestes a mudar. A pequena freguesia está nas bocas do mundo e tudo por causa de um festival de rock organizado por uma instituição local.

Esta segunda-feira, a organização do “Rock in Rio Febras” emitiu um comunicado a explicar que a Rock World Lisboa S.A., empresa responsável pela organização do festival Rock in Rio Lisboa, intimou o evento a mudar de nome por “concorrência desleal”.

A publicação feita nas redes socias pela organização não passou despercebida e o caso ganhou dimensão nacional. Agora o festival espera uma enchente e admite mesmo ter que controlar entradas por questões de segurança.

Na primeira edição do festival, que aconteceu em 2022, as margens do Rio Febras receberam cerca de 1500 pessoas. A expectativa é que este ano sejam, no máximo, três mil, assegura ao Porto Canal Vasco Marques, presidente da Caso do Povo de Briteiros, a Instituição de Solidariedade Social que organiza o evento e para a qual revertem os fundos obtidos.

Porto Canal

Festival começou em 2022 nas margens do Rio Febras

Escolha do novo nome vai ser feita pela população

“Nós já admitimos que não vamos usar o nome ‘Rock in Rio Febras’, mas ainda não está escolhido o nome. Estamos a pensar em algumas formas de o fazer, principalmente pedir a ajuda de todas as pessoas que têm participado nesta ‘polémica’. Provavelmente iremos fazer uma espécie de sondagem nas redes sociais”, afirma Vasco Marques.

Festival é organizado pela população que até a energia oferece

O “Rock in Rio Febras” é, segundo os populares de São Salvador de Briteiros um festival “da comunidade para a comunidade” e, por isso, todos estão envolvidos na organização.

Isabel Esteves mora na casa ao lado do “recinto” e é uma das vizinhas que oferece a eletricidade para o evento. “Eu ajudo na Casa do Povo e dou a luz”, conta ao Porto Canal a vimaranense, que explica que o que “começou por ser uma brincadeira” transformou-se agora numa “coisa séria”.

O festival ajuda também a alavancar os negócios locais, que estão expectantes com a edição deste ano. José Ribeiro, que explora o café “Ponte Nova”, conta que “há muita gente que já está a tirar férias” para estar na aldeia a tempo do certame.

“Acho que vamos contar com o triplo das pessoas e se o ano passado já foi um ‘Deus nos acuda’ este ano vamos ter que reforçar o pessoal. Mas o que importa é que corra tudo bem e que para a ano estejamos cá outra vez”, afirma o empresário.

Porto Canal

São Salvador de Briteiros tem cerca de 1000 habitantes

Cartaz mantém-se inalterado, apesar das propostas de artistas nacionais

“Os artistas são todos aqui de Guimarães e isso é inalterável. A grande revolução vai ser na parte logística para conseguirmos tornar o espaço o maior possível para receber o máximo de pessoas”, explica Pedro Conde, programador do festival.

O evento será assim de puro Rock local, apesar das várias propostas que o festival recebeu nos últimos dias. A organização conta ao Porto Canal que foram várias as chamadas de artistas nacionais e internacionais a proporem atuar no evento de forma gratuita.

Rock in Rio deseja “o melhor aos amigos do festival que acontece perto do Rio Febras”

Em reação à polémica, o Rock in Rio Lisboa, fez uma publicação nas redes sociais onde deseja “o melhor aos amigos do festival que acontece perto do rio Febras”

“Amigos do Festival de Rock que acontece perto do Rio Febras. Foi com muito humor e boa disposição, mas também com um certo sentimento de satisfação que fomos surpreendidos pelo alarido causado pela notificação que vos foi enviada sobre o uso indevido da nossa marca registada pelo vosso tão engraçado comunicado, que gerou uma onda viral nos meios de comunicação e redes sociais do país, nos últimos dias”, refere o Rock in Rio Lisboa, numa publicação (‘story’) do Instagram, colocada perto das 00h00 desta quinta-feira.

O Rock in Rio Lisboa diz ainda que “é (com um enorme sorriso)” que constata que o pequeno festival de Briteiros S. Salvador “tem também uma componente solidária e é feito por um grupo de jovens voluntários”.

 
 
 
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