Arquiteto catalão defende que nova ponte do IC2 é “fundamental” para ligar Baixa de Coimbra à nova estação

Arquiteto catalão defende que nova ponte do IC2 é “fundamental” para ligar Baixa de Coimbra à nova estação
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Porto Canal / Agências

O arquiteto catalão Joan Busquets, responsável pelo projeto da nova estação ferroviária de Coimbra-B, defendeu esta quarta-feira que a construção de uma nova ponte do IC2 é “fundamental” para ligar a Baixa da cidade à futura estação. Busquets é também o arquiteto responsável por desenhar o novo Plano de Urbanização de Campanhã, no Porto.

“Uma alameda [na zona da Casa do Sal que ligue a avenida Fernão de Magalhães a Coimbra-B] com árvores no meio vai permitir abrir aquela zona à cidade e criar a ligação entre a Baixa e a estação. Isso é fundamental. Essa futura estação é uma estação urbana. Sem essa alameda, continua distante da cidade”, disse Joan Busquets, que falava aos jornalistas no final de uma sessão de discussão pública no auditório Laginha Serafim, no Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Coimbra.

Para Joan Busquets, essa alameda só se poderá concretizar na sua plenitude com o fim do viaduto do IC2 que passa por cima daquela zona e a criação de uma nova ponte para servir aquela estrada nacional no local onde, neste momento, passa a ponte ferroviária e que será desmantelada, no âmbito da linha de alta velocidade.

O espaço de debate começou por ser ocupado por intervenções protocolares, com intervenções de entidades, líderes dos grupos parlamentares da Assembleia Municipal e especialistas.

Já passadas mais de três horas e ainda sem discussão pública efetiva, mais de metade da plateia que tinha enchido o auditório Laginha Serafim tinha abandonado o espaço.

Apenas por volta das 18h20, quase quatro horas depois do arranque do evento, foi aberta a discussão pública.

Os participantes abordaram questões como a preocupação quanto a uma solução ao tráfego da Casa do Sal e na rotunda do Almegue, o impacto da linha de alta velocidade e a sua nova reconfiguração (passará a ter uma outra ponte com quatro vias em vez das duas atuais e vai atravessar a Mata do Choupal), ou as acessibilidades aos autocarros que passarão a servir-se da futura estação intermodal.

Uma das grandes preocupações manifestadas passou por questionar a real necessidade de uma nova ponte rodoviária ser construída e qual a sua vantagem, apontando para riscos ambientais pela construção afetar a Mata Nacional do Choupal.

A vereadora da Câmara de Coimbra com as pastas do urbanismo e da mobilidade, Ana Bastos, defendeu a opção de se construir uma nova ponte do IC2.

“A nova ponte é essencial para segregar atravessamentos da cidade”, disse, vincando que o plano de pormenor e as várias ideias propostas serão objeto de vários estudos para perceber a sua viabilidade.

Questionada pelos jornalistas sobre as preocupações da população quanto a possíveis impactos no Choupal (há uma petição a defender a sua preservação), Ana Bastos referiu que pediu um relatório aos serviços camarários para identificar as espécies que seriam afetadas pela construção de uma nova ponte rodoviária.

“80% das árvores afetadas são espécies invasoras e depois há alguns pinheiros jovens plantados recentemente”, notou.

A vereadora vincou que a Câmara de Coimbra está preocupada com os impactos no Choupal – que diz que serão maiores na futura ponte ferroviária que servirá a alta velocidade – e que por isso o município já falou com o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) no sentido de alargar a Mata Nacional “em direção a oeste”.

Antes das perguntas dos públicos, intervieram três especialistas convidados, com o professor de Engenharia Civil da Universidade de Coimbra, Álvaro Seco, a defender a “variante do IC2”, mas a colocar dúvidas sobre a resolução do tráfego na Casa do Sal, local de entrada e saída de Coimbra.

Já o arquiteto Luís Paulo Sousa propôs, ao invés de uma nova ponte rodoviária, a criação de uma circular regional de Coimbra, aproveitando as vias existentes, e concluir as ligações dessa à circular urbana.

Já o arquiteto e docente José António Bandeirinha considerou que o projeto de Busquets contempla uma infraestrutura que pode “servir verdadeiramente a cidade”, e elogiou o equilíbrio da proposta.

“Se este plano vier a ser feito, será um marco para Coimbra e estaremos perante a presença de uma cidade do século XXI”, vincou.

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