Portugal tem segunda maior travagem económica da União Europeia. Salários a caminho da estagnação
Porto Canal
Os próximos dois anos deverão ser marcados pela segunda maior travagem no ritmo de crescimento da economia portuguesa, segundo mostram as novas previsões da primavera da Comissão Europeia (CE), divulgadas esta segunda-feira. A maior travagem deve acontecer na Irlanda e, depois de Portugal, a terceira maior será na Grécia.
A Comissão Europeia também assinala no novo estudo que o país já está a dar sinais de "arrefecimento" no mercado de trabalho, juntamente com outros cinco estados-membros da União Europeia (UE).
O crescimento em 2022 foi bastante forte, 6,7%, quase o dobro do ritmo da zona euro, propulsionado por uma inflação muito elevada (8,1%, ligeiramente abaixo dos 8,4% da zona euro), um quadro que permitiu ao governo entregar um défice público muito reduzido (0,4% do PIB - Produto Interno Bruto), apoiado numa coleta de impostos elevada.
Na conferência de imprensa de apresentação das previsões da primavera de deste ano, Paolo Gentiloni, o comissário europeu da Economia, considerou que este efeito inflacionista vai continuar em 2023, permitindo ao Ministério das Finanças de Fernando Medina entregar um défice ainda mais baixo, na ordem dos 0,1% do PIB.
Por isto, Portugal recebeu alguns elogios do antigo ministro das Finanças de Itália. Mas existem problemas latentes.