Praia da Árvore vai dar nova marginal a Vila do Conde de dois milhões de euros

Praia da Árvore vai dar nova marginal a Vila do Conde de dois milhões de euros
| Norte
Sofia Bizarro

O muro da praia de Árvore, em Vila do Conde, caiu quatro vezes entre 2018 e 2019. Após dois anos e mais de 200 mil euros gastos em “remendos”, a marginal foi alvo de uma intervenção mais a fundo que, apesar de estar prevista estar pronta em 11 meses, ao final de dez está praticamente concluída.

“A obra está praticamente concluída. Estou convencido que daqui a 15 dias, no máximo, já se poderá circular aqui, tanto de forma pedonal como de trânsito rodoviário”, disse o presidente da Câmara de Vila do Conde, Vítor Costa, em conversa com o Porto Canal.

A última derrocada do muro da marginal aconteceu em novembro de 2019, levando parte da estrada e as escadas de acesso ao areal. Foi apenas em maio de 2022 que a Agência Portuguesa do Ambiente anunciou a nova obra. De acordo com o presidente da Câmara, a obra só arrancou no ano passado, devido à “falta de força política da Câmara anterior para que a obra fosse para a frente”.

Porto Canal

A última derrocada do muro da marginal aconteceu em novembro de 2019, levando parte da estrada e as escadas de acesso ao areal.

Apesar de não ter informações sobre “relatos graves” que tenham acontecido no local, durante o tempo em que o muro esteve em ruína, Vítor Costa consideram que a obra foi “extremamente necessária”, tanto pelo facto da praia ter estado “completamente impossibilitada de ver a sua prática balnear assegurada”, como o facto das habitações da marginal estarem “completamente em risco”.

Luís Ferreira, residente da localidade, também considera a obra “mais que necessária” para a zona, uma vez que tanto a estrada estava “intransitável”, como a praia possuía “pedras antigas que estavam completamente soltas e que podiam dar problemas a alguém”.

A obra em questão, orçamentada em 1.8 milhões de euros, destaca-se não só pela vertente estética, onde houve o cuidado de não se fazer notar a intervenção efetuada, como pela vertente da técnica inovadora utilizada. Este cuidado permitiu que a estacaria, de quase dez metros de altura, estivesse completamente disfarçada e integrada, não se percebendo a profunda intervenção que teve o lugar.

“Agora, não só as pessoas que aqui fazem praia, como todas as pessoas que passam nos Caminhos de Santiago, podem desfrutar da marginal graças ao grande trabalho da Agência Portuguesa do Ambiente e à influência política forte da Câmara de Vila do Conde”, acrescentou Vítor Costa.

António Macedo, habitante arvorense e que acompanhou a obra desde início, considera que foi feito um “trabalho exemplar” e “muito bom” para a freguesia.

Os moradores mostram-se contentes com a rapidez da obra, considerada por António “um tempo recorde”, tendo em conta o tipo de obra realizada.

Porto Canal

 Finalização das obras na marginal da praia da Árvore

 Marginal de Árvore cruza itinerários de Caminhos de Santiago

Para além da forte procura balnear que a localidade de Vila do Conde possui, atraindo pessoas de outras cidades do interior, nomeadamente Guimarães e Fafe, também é passagem de muitos peregrinos que percorrem os Caminhos de Santiago.

A relação do território de Vila do Conde com os Caminhos de Santiago é longa. Pelo concelho cruzam dois itinerários de peregrinação: o Caminho Central que se mantém, desde as primeiras peregrinações, uma das principais rotas em território português, e o Caminho da Costa que ganhou um maior reconhecimento após a Idade Moderna, proporcionado pelo crescimento e consolidação dos polos urbanos junto do Oceano Atlântico.

Porto Canal

Além da forte procura balnear que Vila do Conde tem, também é passagem de muitos peregrinos dos Caminhos de Santiago.

 Portugal é um dos países que mais sente a erosão costeira

Vítor Costa reconhece que o litoral português é particularmente suscetível à erosão costeira causada pelas alterações climáticas e afirma que esta é uma preocupação para a Câmara Municipal de Vila do Conde.

“O Plano de Ordenamento da Orla Costeira já prevê efeito futuro dessas alterações climáticas, já está incluído no nosso Plano Diretor Municipal e, portanto, muitas daquelas construções que seriam possíveis aqui há uns anos atrás hoje já não o são. Mesmo as próprias construções que são feitas nas zonas mais costeiras, onde o risco não é elevado, são obrigatoriamente feitas usando técnicas preparadas para as alterações climáticas”, explica.

O presidente garantiu ainda que agora, com a conclusão da obra da marginal de Árvore, "os habitantes, especialmente das habitações junto da marginal” poderão “respirar em alívio” porque “nas próximas décadas a proteção costeira estará completamente assegurada”.

Notícia editada por Francisco Graça

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