Sala de consumo vigiado do Porto “desajustada” das necessidades da população
Maria Abrantes
Quase seis meses após a abertura da sala de consumo vigiado do Porto, saltam à vista as principais dificuldades sentidas na resposta, que acabou por ter uma procura mais elevada do que a inicialmente prevista.
Na primeira visita oficial da autarquia ao equipamento que abriu portas a 24 de agosto de 2022, Catarina Araújo, vereadora com o pelouro da Saúde e Qualidade de Vida da Câmara do Porto, garante que se trata de “uma resposta que tem tido resultados muito positivos”, uma vez que os números obtidos até ao final de novembro revelam que já passaram 612 consumidores pela estrutura.
A vereadora destaca ainda a importância da estrutura, instalada no Bairro Pinheiro Torres, não só pelo apoio ao consumo, prevenindo situações de overdose, mas também no que diz respeito ao encaminhamento dos consumidores para outro tipo de respostas, “quer da área da saúde, quer da área social”.
Ainda assim, o projeto que se encontra ainda em fase piloto – com a duração de um ano – encontra já algumas dificuldades de resposta, face a uma grande adesão que não terá sido inicialmente prevista, o que faz com que a estrutura se revele insuficiente, não só em termos de espaço, como no horário de atendimento que, de acordo com Luísa Neves, uma das representantes do consórcio, é manifestamente reduzido.
Diana Castro, coordenadora técnica do programa de consumo vigiado do município do Porto, declara que o “espaço não está ajustado às necessidades da população”, o que revela que a resposta é “extremamente necessária” e que teve uma “adesão imediata”, logo no primeiro dia de abertura.
O número de admissões aos serviços tem crescido substancialmente, assim como o número de consumos que, neste momento, ronda os 150 consumos diários.
Na mesma visita, Catarina Araújo salientou que no final do ano piloto, será avaliada a necessidade da criação de uma segunda unidade que, ao contrário da já instalada, será móvel, situação prevista inicialmente no protocolo.