Associação de Informática do Centro em Coimbra pode ser transformada em empresa intermunicipal
Porto Canal/ Agências
A direção da Associação de Informática da Região Centro (AIRC) deverá apresentar uma proposta no primeiro semestre de 2025 para transformação em empresa intermunicipal para poder ser competitiva na atração de trabalhadores especializados, afirmou o seu presidente.
“Há um processo de proposta de transformação da AIRC de associação intermunicipal em empresa intermunicipal”, disse à agência Lusa o presidente daquela instituição, José Manuel Silva, que lidera também a Câmara de Coimbra, referindo que essa mesma proposta deverá ser apresentada em assembleia intermunicipal durante o primeiro semestre de 2025.
A questão foi abordada na reunião do executivo da Câmara de Coimbra de segunda-feira, na qual o vereador da CDU, Francisco Queirós, deu conta desse processo de intenções, manifestando preocupação dos trabalhadores na alteração do estatuto jurídico da associação, que temem “a perda de direitos a vários níveis”.
José Manuel Silva referiu que o processo já está a ser discutido há mais de um ano e que a proposta surgiu do próprio Conselho Diretivo da AIRC, tendo como objetivo assegurar uma maior capacidade daquela associação em “atrair recursos humanos”.
“Como sabemos, o mercado está cada vez mais competitivo na área das tecnologias e da informática, com a AIRC a ser colocada perante grandes desafios na atração de recursos humanos. Para isso, tem de ser competitiva no mercado e usar as mesmas armas que estão ao dispor das empresas, mantendo-se na esfera pública, 100% pública e detida pelos 29 municípios fundadores”, afirmou à agência Lusa o autarca.
De acordo com a página da associação, a AIRC, fundada em 1982, é líder de mercado na produção e fornecimento de soluções de 'software' para a administração pública, contando com mais de 240 clientes e cerca de 60% dos municípios do país.
Segundo José Manuel Silva, a AIRC tem sentido dificuldade em fixar jovens trabalhadores nos quadros da associação, sendo necessário “remunerar melhor os seus funcionários para se tornar competitiva”.
Sobre as preocupações dos trabalhadores, o presidente da associação vincou que “os funcionários podem manter a sua circunstância atual, que será assegurada pelos municípios, ou transitar para a eventual empresa intermunicipal a criar e assim negociar a sua remuneração”.
“Não há perda de direitos dos trabalhadores”, frisou.