Imigrantes do Bangladesh denunciam extorsão para obter vistos para Portugal

Imigrantes do Bangladesh denunciam extorsão para obter vistos para Portugal
| País
Porto Canal/Agências

Imigrantes do Bangladesh garantem que são forçados a comprarem "por debaixo da mesa" vagas para serem atendidos na empresa que prepara os pedidos de vistos para Portugal.

Um dos problemas para os bengalis está no facto de não existir representação diplomática portuguesa no seu país, o que os força a terem que recorrer à vizinha Índia. Entre Daca, capital do Bangladesh, e Nova Deli, capital da Índia, distam mais de 1.800 quilómetros. 

"Para me candidatar ao visto tive que ir a Nova Deli e percorrer uma distância como de Lisboa a França. Depois, o problema é que não tinha marcação e disseram que tinha de esperar. Estive 26 dias em Nova Deli. Tive sorte em conseguir o meu visto em 26 dias, sei de casos que estiveram três meses à espera de uma marcação", diz Zohorul Moon, que vive em Portugal desde 2019.

Segundo Zohorul Moon, atualmente o processo está mais demorado. A sua mulher demorou quase dois anos para conseguir obter o visto e mudar-se para Portugal, em outubro.

Zohorul Moon, que é também presidente da Comunidade dos Estudantes do Bangladesh em Portugal, estima que, num ano, mais de 300 estudantes, 500 trabalhadores e 1.000 processos para reunificação de famílias foram afetados pela demora nos processos.

"Destes, apenas os processos para as famílias estão a obter vistos após um ano de espera, depois de submeterem o pedido", realçou.

A Embaixada de Portugal na Índia recebe os pedidos de visto através da empresa especializada VFS Global. No caso dos cidadãos do Bangladesh, estes têm que se deslocar pessoalmente à capital da Índia, para uma entrevista.

Estas empresas aceitam, a troco de uma taxa de serviços, pedidos de tratamento para a obtenção de visto nacional para Portugal, cuja decisão cabe sempre ao Estado português, através das embaixadas. A taxa de serviços não envolve a marcação para o atendimento.

No entanto, Zohorul Moon explicou que tem conhecimento que no "site" desta empresa não estão disponíveis vagas para marcações, mas que o problema pode ser resolvido com "pagamentos por debaixo da mesa" para comprar uma vaga.

Um dos bengalis que recorreu a esta solução revelou que o fez em 2020 para conseguir reunir em Portugal a sua família.

"Não conseguia fazer a marcação através da VFS para Nova Deli, apesar das muitas tentativas. Depois, vi uma publicação no Facebook a oferecer ajuda para conseguir uma marcação. Contactei o autor da publicação e consegui-a num dia. Tive que pagar 120 euros", destacou este bengali, que está em Portugal desde 2018.

Atualmente, esta compra de vagas é mais cara, acrescentou o imigrante bengali, que assegurou conhecer três ou quatro pessoas que se dedicam a este tipo de negócio e que uma delas tem um gabinete em Lisboa.

Fonte da comunidade do Bangladesh em Lisboa confirmou ter conhecimento de vários casos de imigrantes a quem foram exigidas quantias em dinheiro para terem uma marcação na empresa que trata dos vistos.

+ notícias: País

Número de desempregados sobe 6% em março

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego caiu 1,9% em março face a fevereiro, mas subiu 6% em termos homólogos, totalizando 324.616, segundo dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

Euromilhões. Já são conhecidos os números e estrelas que valem 120 milhões de euros

Já foram revelados os números que compõem a chave do sorteio desta sexta-feira, 031/2024.

FC Porto vai ter jogo difícil frente a Belenenses moralizado afirma Paulo Fonseca

O treinador do FC Porto, Paulo Fonseca, disse hoje que espera um jogo difícil em casa do Belenenses, para a 9.ª jornada da Liga de futebol, dado que clube "vem de uma série de resultados positivos".