Casas sobrelotadas e centenas de euros por uma cama. A realidade dos imigrantes do Bangladesh no Porto

Casas sobrelotadas e centenas de euros por uma cama. A realidade dos imigrantes do Bangladesh no Porto
| Porto
Leonor Hemsworth

A baixa do Porto já é casa para mais de três mil imigrantes vindos do Bangladesh e, nos últimos anos, o número não tem parado de crescer. No entanto, quando chegam a Portugal, nem tudo é um mar de rosas. “2000€ de renda”, “300€ por uma cama” e “oito a dez pessoas” a partilhar casa. Esta é a realidade da comunidade que se tem vindo a instalar no Porto, mas com grandes dificuldades.

Quando chegam, a legalização e documentação são as prioridades de quem vira costas ao país em busca de uma vida melhor. E é nesse primeiro passo que se cria a comunidade de imigrantes, neste caso vindos do Bangladesh. Porque a ajuda é sempre bem-vinda, e a língua um grande obstáculo, os que cheguem juntam-se aos que já cá estão, e acabam por morar todos juntos, até porque “os salários são baixos” e “as rendas muito altas”.

Neyamot Hakim já está cá há alguns anos. Nota-se porque consegue comunicar em português. Contou ao Porto Canal que, na maioria dos casos, um T1 serve para seis pessoas, a renda total ronda os 1.200€ e uma cama está a custar 300€. “Os salários são baixos. Por isso, as pessoas vivem todas juntas”.

Alam Kazol está em Portugal, e no Porto, há ainda mais anos que Neyamot. Domina a língua portuguesa e é o presidente da Associação Comunidade de Bangladesh do Porto. Acaba por ser, também, o elo de ligação entre todos os imigrantes que, desamparados, chegam a terras lusitanas. “Temos aqui, por exemplo, T2, em que vivem oito ou dez pessoas. As condições são más porque estão a chegar cada vez mais imigrantes e não conseguem arranjar apartamentos”, confessou.

Há mais de uma década que o Porto é a casa de Al Fahad Ramim, que reconhece que a realidade está cada vez pior. “As casas são mais antigas, as condições dos prédios são muito más. No outro dia fomos ver uma casa num prédio que parecia estar abandonado… E a renda era 2000€.”

No entanto, não lhes resta grandes alternativas. “Ou aceitamos aquilo, ou temos que dormir na rua”, confessou Al Fahad.

Ao Porto Canal, os imigrantes confessaram que as casas onde vivem não têm grandes condições habitacionais, o que faz com que cresça, entre eles, o medo e receio de que aconteça no Porto o que aconteceu em Lisboa, há cerca de um mês. No Bairro da Mouraria, houve um prédio que, por falta de condições, incendiou. Duas pessoas morreram e 22 imigrantes ficaram desalojados.

 
 
 
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