São bilhões e querem liberdade. China em estado de sítio
Porto Canal
Os protestos na China contra a política Covid Zero intensificam-se e estão a alastrar-se aos chineses espalhados pelo mundo. As manifestações estão agora a alastrar-se contra Xi Jinping o que leva as autoridades a aumentar a força para tentar ‘conter’ a força do povo. Há relatos de dois jornalistas de estações ocidentais detidos por estarem a relatar o que se passa no local.
"Esperamos acabar com o bloqueio. Queremos viver uma vida normal. Devemos todos expressar corajosamente nossos sentimentos.”, disse Shi à agência Reuters, habitante de Pequim numa das vigílias deste domingo.
‘We want freedom!’ pic.twitter.com/yoTeYaFJAx
— Eva Rammeloo (@eefjerammeloo) November 26, 2022
Depois da intensidade e do escalar dos protestos, as autoridades de Xangai ergueram barreiras numa área de Xangai onde centenas de pessoas protestaram no fim de semana contra medidas contra a Covid-19.
Numa rara demonstração de desobediência civil os protestantes têm demonstrado o descontentamento contra o líder Xi Jinping.
Breaking News:Chinese Protestors in Shanghai chanting “Xi Jinping, step down!Communist Party, step down!”
— Inty (@__Inty__) November 26, 2022
This is huge!
pic.twitter.com/mn1AeaN2EV
Nesta segunda-feira, a imprensa internacional diz que as autoridades chinesas abordam todos aqueles que, nos locais considerados de possível protesto, estejam com o telemóvel na mão a tentar captar imagens, ou dos bloqueios nas ruas ou de ajuntamentos.
Detenções de jornalistas
Dois jornalistas, um da BBC e outro da Reuters foram detidos por estarem a relatar os acontecimentos dos protestos na China. A BBC emitiu mesmo um comunicado onde refere que Ed Lawrence, jornalista daquela estação, foi detido várias horas onde foi também mal tratado. As autoridades chinesas também emitiram um comunicado onde salientam que apenas retiraram o jornalista do meio da confusão “para o proteger da Covid-19”.
Já a agência Reuters refere também que um jornalista da agência noticiosa foi detido durante 90 minutos no passado domingo, durante as horas de maior tensão entre os protestantes e as autoridades.
A origem dos protestos
Tudo começou em Wuhan, em 2019 com o aparecimento do vírus Covid-19. Agora, mais de dois anos depois, as restrições na China mantêm-se, o que levou a um desastre em Urumqi, na região chinesa de Xinjiang, a 24 de novembro.
Em Urumqi, pelo menos 10 pessoas morreram, e outras nove sofreram ferimentos, na sequência de um incêndio de grandes dimensões num prédio residencial que teria as portas trancadas por fora, ao que tudo indica, devido às restrições impostas pelo governo local face ao Covid-19. As autoridades negam ter trancado as portas, mas os relatos da população intensificam-se nas redes sociais.
As folhas de papel branco
As manifestações chinesas estão a ser marcadas pela demonstração de folhas brancas, uma forma de protesto simbólico onde a população afirma que não precisa de “escrever nada”.
Protesto de bilhões dentro e fora da China
Os protestos Zero Covid decorrem em várias cidades da China, tal como na capital Pequim, mas há relatos em todo mundo. A comunidade chinesa saiu à rua em Londres, Paris, Amesterdão, Dublin, Toronto e em vários locais dos Estados Unidos.
Large numbers of people take to the streets of Wuhan tonight against the strict restrictions. #China #ChinaProtests #ChinaUprising pic.twitter.com/oQgXYTAdTr
— NEWS ALL TIME (@NEWS_ALL_TIME) November 27, 2022
Protesters in Toronto 🇨🇦 outside of the Chinese consulate chanting "Chinese people, resist! Liberty or die. Down with the CCP!"#Canada #ChinaProtests #ChinaUprising
— Melissa 🇨🇦 (@MelissaLMRogers) November 28, 2022
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