“Encenação” e “farsa” no Qatar. Mundial arranca com figurantes no lugar de adeptos
Porto Canal
A poucos dias do arranque do Mundial do Qatar, a organização da prova continua sob fortes críticas. Nas últimas horas, centenas de adeptos começaram a desfilar nas ruas de Doha com as cores de diferentes países participantes na competição, entre os quais Portugal. Nas redes sociais fala-se em “farsa” e “encenação”
“A festa mundialista já passa nas ruas de Doha”, refere a conta oficial em espanhol da organização do Mundial 2022, no Qatar. Nas imagens, é possível ver-se grupos de adeptos argentinos, espanhóis, brasileiros e franceses vestidos a rigor, acompanhados de bombos, bandeiras e cachecóis. Há até um grupo de portugueses apaixonados por Ronaldo e companhia que decidiram celebrar na estação de metro da cidade.
Nas redes sociais, surgem várias denúncias de se tratarem, em vez de adeptos, figurantes alegadamente contratados pela organização da prova e não das diferentes seleções que vão entrar em campo. Ou seja, os quatro grupos de adeptos não são argentinos, espanhóis, brasileiros ou franceses. Alguns utilizadores da rede social Twitter avançam a possibilidade de os figurantes serem maioritariamente de nacionalidade indiana, país que “forneceu” uma boa parte da mão-de-obra da construção dos estádios qataris.
Ich hatte englische Fußballfans international anders in Erinnerung😭😭 #Qatar2022 pic.twitter.com/T6gutqI0SQ
— nordkurve (@nordkuurve) November 12, 2022
As condições dos trabalhadores que participaram na construção dos estádios do Mundial é justamente um dos pontos mais presentes nas críticas e apelos ao boicote da competição. Os ataques aos direitos humanos e aos direitos da comunidade LGBTQI+ têm sido outros dos motivos das denúncias de organizações e até atletas por todo o mundo.
Katar kauft Fans aus Indien☠️ pic.twitter.com/9gcNR10O2Q
— FDASCH (@FDASCH_R6) November 12, 2022
Esta semana, Joseph Blatter, ex-presidente da FIFA, admitiu em entrevista ao grupo de media suíço “Tamedia” que a escolha do Qatar para organizar o Mundial 2022 foi um erro: “Assumo a minha responsabilidade como presidente da FIFA naquela altura. O futebol e o Mundial são demasiado grandes para isso”.