Trinta professores de português no estrangeiro vão perder emprego, diz Sindicato

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Porto Canal / Agências

Lisboa, 09 jul (Lusa) -- Pelo menos 30 professores do ensino de português no estrangeiro deverão perder o emprego no próximo ano letivo e só o saberão quando voltarem de férias, alertou hoje o Sindicato dos Professores nas Comunidades Lusíadas (SPCL).

"Há, no mínimo, 30 docentes que regressarão [de férias] para descobrirem que estão no desemprego, devido ao desaparecimento dos horários que lecionavam, visto o Camões I.P. ter já informado ser esse o número de horários a extinguir", escreve o sindicato, em comunicado.

Segundo o mesmo texto, o sindicato informa que esta redução no número de horários deixará o Ensino de Português no Estrangeiro (EPE) com menos de 300 professores a nível mundial.

Trata-se, defende o organismo, de "um número irrisório e totalmente insuficiente para as necessidades do ensino", uma vez que, exceto no Reino Unido, não houve uma diminuição significativa no número de alunos inscritos.

Segundo a secretária-geral do sindicato, Teresa Duarte Soares, em causa está a exigência, em França e no Luxemburgo, de um maior número de alunos por curso.

"Em França serão encerrados todos os cursos com 13 alunos e no Luxemburgo o número de alunos no ensino integrado subirá de oito para 10", pode ler-se no comunicado.

Estas medidas, "que também se farão sentir de forma menos forte nos restantes países", representam uma degradação na qualidade de ensino, "com turmas cada vez mais mistas e com menos horas de aulas por semana", alerta o SPCL.

"Se é possível haver caos num sistema de ensino do qual já pouco resta, esse sistema é o Ensino Português no Estrangeiro", conclui o sindicato.

Já no ano letivo que agora termina, a rede do Ensino de Português no Estrangeiro (EPE), publicada em agosto em Diário da República, sofreu uma redução de 30 horários face ao ano anterior.

"Se todos os anos continua este tipo de redução - está a ser cerca de 50 por ano - qualquer dia desaparece o Ensino de Português no Estrangeiro", disse então à Lusa Teresa Soares.

Naquela altura, o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, justificou a diminuição do número de professores com o facto de haver, em algumas zonas, uma "efetiva redução" do número de alunos e, em outros casos, a transferência de responsabilidades para outros países, como acontece em Espanha, onde alguns governos autonómicos começam a assumir os encargos com o ensino de português.

A rede do Ensino de Português no Estrangeiro (EPE) inclui cursos de português integrados nos sistemas de ensino locais e cursos associativos e paralelos, assegurados pelo Estado português, em países como a Alemanha, Espanha, Andorra, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, França, Reino Unido, Suíça, África do Sul, Namíbia, Suazilândia e Zimbabué.

FPA // ARA

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