Uma associação espanhola infiltrou-se num armazém alemão do Lidl e mostrou uma fábrica de produção sobrepovoada, “completamente cheia de galinhas”, com pintainhos mal tratados. O fornecedor do Lidl foi acusado de maus tratos. O Lidl Portugal diz não ter “informação sobre a origem das imagens” — que podem ser consideradas chocantes. 

As imagens terão sido captadas durante o verão deste ano na fábrica de produção de um fornecedor do Lidl e mostram pintainhos deitados de costas, sem se conseguirem levantar ou com dificuldades em caminhar devido ao crescimento desproporcional dos músculos dos peitos e das coxas, avançou o jornal Público. “Como resultado, os seus ossos e órgãos não conseguem suportar o próprio peso”, lê-se no site Humane League UK, onde foi partilhado o vídeo que denuncia as más práticas de produção de animais.

 

 

 

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De acordo a associação britânica de direitos dos animais, "em circunstâncias normais, as galinhas passam metade do dia a circular em pequenos grupos à procura de comida. Apinhadas às centenas, como aqui se vê, sofrem de stress permanente e de tédio agonizante.”

As imagens podem ser consideradas chocantes, principalmente por se ver "galinhas a debicarem o cadáver de outras". A Humane League UK, que divulgou as imagens, fala ainda em "condições sanitárias chocantes", noemadamente "um trabalhador a urinar no galinheiro".

Em comunicado enviado ao jornal Público, a Humane League UK explica que o vídeo resulta de uma investigação levada a cabo pela organização não-governamental espanhola Equalia, que se infiltrou no armazém alemão. E outras organizações, como a Human League UK, ou, em Portugal, a associação Abrir de Asas, estão a apelar ao Lidl para subscrever o Better Chicken Commitment (BCC), um conjunto de diretrizes e boas práticas para os produtores de animais.

Claire Williams, diretora de campanha da Humane League UK, refere, no mesmo comunicado, que a investigação em questão "descobriu situações horrendas de maus tratos e violência”. 

O Lidl Portugal condena "veemente os abusos" e a "crueldade para com os animais". Garante que “até ao momento", não têm informações "sobre a origem das imagens, contudo, as circunstâncias reveladas são inaceitáveis” e acrescenta que os fornecedores de frango têm certificação Welfair, o que garante aos consumidores que os animais viveram e foram abatidos em condições responsáveis de bem-estar.