Polícia brasileira rejeitou ordem do Tribunal Superior e fez 560 operações contra autocarros com eleitores
Porto Canal
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizou uma série de operações rodoviárias que criaram obstáculos a milhares de eleitores. Segundo avançam os órgãos de comunicação social e vários relatos no Twitter e Whatsapp, centenas de autocarros que transportavam eleitores foram impedidos de chegar às urnas em cidades do Nordeste brasileiro.
Em Zé Doca, Maranhão, o policial rodoviário federal “esclarece”: o meu presidente é Bolsonaro e o ministro [no caso Alexandre] não tem poder de dizer se faz ou não blitz…
— Flávio Dino 13 🇧🇷 (@FlavioDino) October 30, 2022
Alguma dúvida quanto à existência de orientações superiores ? pic.twitter.com/5sDILi1UAJ
Segundo divulgou a Folha de S. Paulo, foram parados pelo menos 82 autocarros na cidade de Alagoas, no Nordeste. Já a Globo diz que a Polícia Rodoviária Federal “descumpriu ordem do Tribunal Superior Eleitoral” e realizou, pelo menos, 560 operações de fiscalização contra veículos que faziam o transporte público de eleitores.
Pelas informações no sistema interno da PRF não é possível saber se os veículos foram parados antes ou depois de os eleitores votarem. Este número representa um aumento de 70% face às abordagens registadas durante o dia 2 de outubro, quando decorreu a primeira volta.
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Nas redes sociais grita-se por “golpe” e “tentativa de impedir eleitores de Lula da Silva” de votarem: os transportes públicos são tradicionalmente utilizados pelas classes mais baixas, eleitores tradicionais do Partido Trabalhista.
O presidente do TSE chamou o diretor da PRF para uma reunião com caráter de urgência em que lhe exigiu que pusesse fim imediato às operações. Após a reunião, o presidente do TSE acabou por garantir que — apesar dos transtornos e atrasos — nenhum eleitor deixou de ir votar devido às operações.
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