Sérgio Conceição: “Isto não é resposta nenhuma, era o que tínhamos de fazer”
Porto Canal
O símbolo do FC Porto não poderia ter sido mais e melhor dignificado no dia do 100.º aniversário da criação de Simplício que se mantém praticamente intacta até aos dias de hoje. Horas depois de, na sala de imprensa do Jan Breydelstadion, Sérgio Conceição ter definido a jornada europeia na Bélgica como um jogo para “ganhar ou ganhar”, o FC Porto goleou o Club Brugge por quatro golos sem resposta e vingou o resultado da primeira mão na Invicta.
No rescaldo da ronda 5 da Liga dos Campeões, o treinador portista aproveitou para relembrar que “o resultado era curto ao intervalo” e que só “um jogo muito competente” de “um coletivo forte” tornou possível as “exibições fantásticas” de várias “individualidades”. Entre as performances de excelência esteve a de Diogo Costa, guardião “cheio de qualidade” que se tem mostrado capaz de atuar “sempre num alto nível” quando é chamado à ação.
Goleada com dedicatória
“São os mesmos jogadores que perderam 4-0 no Dragão. Aproveito para dedicar este triunfo à minha família, que esteve aqui representada nas bancadas pelo meu filho Sérgio. Isto é para eles, que têm sofrido bastante, o jogo do Dragão foi um momento muito difícil para mim e para eles. Isto não é resposta nenhuma, era o que tínhamos de fazer, porque eu sou pago para treinar e os jogadores são pagos para treinar. Somos todos pagos para treinar e ganhar.
1-0 ao intervalo era escasso
“Estamos muito satisfeitos, corrigimos alguns erros do primeiro jogo contra esta equipa, que ainda não tinha sofrido golos na Liga dos Campeões e é uma equipa bastante positiva no jogo. Sabíamos disso, tínhamos de estar precavidos, ser consistentes defensivamente e olhar para a baliza do adversário. Num jogo importante, que pode ser decisivo, não nos inibimos e prova disso é que nos primeiros 15 minutos tivemos quatro ou cinco ocasiões de golo claras. O resultado era curto ao intervalo. Foi um jogo muito competente da minha equipa, tivemos exibições fantásticas que só foram possíveis com um coletivo forte e foi isso que a equipa foi hoje, um coletivo forte.”
Uma boa entrada, outra vez
“Se puxarem a cassete atrás verão que os primeiros 20 minutos no Dragão também foram muito bons. Depois aconteceram uma série de situações em que o adversário conseguiu o penálti e houve um quebrar da equipa que não é normal. Hoje esteve em campo a agressividade e intensidade no jogo, aquela forma como abordamos ao pormenor cada momento do jogo. Não fomos assim no Dragão, mas hoje fomos. A preparação deste jogo, por parte da equipa técnica e jogadores, foi no sentido de sermos uma equipa igual a si própria. Obviamente que houve uma ou outra nuance estratégica, tendo o respeito necessário e percebendo que não éramos a equipa que fomos no primeiro jogo no Dragão.”
O momento e as figuras do jogo
“O elemento-chave podia ser o David Carmo. Para mim não é normal a este nível, ou no campeonato e nas provas internas, um jogador cometer um erro deste género. Eu desculpo tudo, erros técnicos, situações em que os jogadores querem dar o melhor e levam vermelho para defender o grupo porque vai alguém na direção da nossa baliza… Desta forma aceito com mais dificuldade. As defesas do Diogo foram importantes, mas houve outros momentos importantes que eu acho que deram algo para conseguirmos esta vitória robusta. Esses momentos são conseguidos pela equipa. “
Uma muralha na baliza
“Temos exibições fantásticas individualmente quando a equipa é forte. Quando a equipa está bem em todos os momentos, obviamente que sobressaem as individualidades. Já o disse várias vezes: o Diogo está lá para defender. É um guarda-redes cheio de qualidade, e a qualidade dos grandes jogadores é manterem-se sempre num alto nível, sem altos e baixos. Poderão haver situações de menor inspiração, mas tem de estar lá a base. Nesta Liga dos Campeões, volto a dizer, houve momentos e jogos em que não estivemos tão bem. Hoje estivemos, parabéns aos jogadores, parabéns a todo o grupo, aos que não jogaram, aos que ficaram de fora e também merecem, porque trabalham diariamente, fazem de nós um grupo muito competitivo e saudável.”