A unidade de consumo assistido entrou em funcionamento no dia 24 de agosto, com duas salas de consumo vigiado e acompanhamento dos utentes.

A data foi divulgada, esta quinta-feira, por Catarina Araújo, vereadora da Câmara Municipal do Porto, com o Pelouro da Saúde, na reunião do conselho de segurança da cidade.

O projeto, que na opinião do PSD e da CDU pecou por tardio, viu a obra ser concluída já em julho deste ano, com um orçamento de 650 mil euros, avançou a vereadora.

A unidade conta com duas salas de consumo vigiado, um gabinete médico e de enfermagem, outro psicossocial, um gabinete de pós-consumo e dois wc’s equipados com chuveiro, à disposição dos utentes, sendo que cada gabinete está dotado de profissionais que monitorizam os consumos, mas não só.

 

 

 

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O projeto, ainda piloto, presta um conjunto de serviços alargado, como a distribuição de materiais de prevenção, kits de seringa e cachimbos, assim como um trabalho de educação para a saúde e de práticas de consumo mais seguro, alteração de vias de consumo, com o objetivo de transição do injetável para o fumado e a não partilha de materiais entre os utilizadores.

A par deste trabalho, e estando a temática da segurança em cima da mesa nas últimas reuniões camarárias, está igualmente a ser desenvolvido um trabalho de sensibilização, junto dos utentes, para o não descarte dos materiais de consumo na via pública, algo que tem sido alargadamente discutido, relativamente às zonas da Pasteleira e Pinheiro Torres.

Entre os serviços disponibilizados por esta unidade amovível, estão também o acesso a cuidados de saúde básicos, a vacinação contra as hepatites A e B e o auxílio no acesso a apoios sociais a que eventualmente possam ter direito.

Em pouco mais de um mês, já foram rastreados casos de tuberculose e VIH, entre os utentes que chegam dos mais variados pontos do país, que se deslocam propositadamente à unidade ou simplesmente porque a localização é privilegiada, uma vez que se situa estrategicamente ao lado do ‘centro comercial da droga’, o bairro Pinheiro Torres. Os casos detetados são devidamente encaminhados para as unidades de saúde, com as quais já existe inclusive um protocolo e são elas o Hospital de São João, Hospital Sto. António e Hospital de Gaia-Espinho.

Ao Porto Canal, a Agência Piaget para o Desenvolvimento, que lidera o consórcio, diz que os primeiros dados estatísticos serão revelados no final do primeiro trimestre, altura em que estarão consolidadas todas as rotinas da unidade. A direção mostra-se já bastante satisfeita com a resposta que tem sido possível dar, no primeiro mês de funcionamento de uma sala de consumo assistido, que gerou muita polémica, mas que era igualmente aguardada por uma grande fação da cidade do Porto.