Presidente timorense substitui chefe da Casa Militar em diferendo sobre regras
Porto Canal / Agências
O Presidente timorense substituiu o chefe da Casa Militar, na sequência de um diferendo relativamente a regras de segurança na zona de estacionamento do Palácio Presidencial, disseram fontes da Presidência.
Várias fontes ouvidas pela Lusa indicaram que José Ramos-Horta determinou num despacho que assessores da Presidência podiam estacionar as viaturas privadas no recinto durante o horário laboral.
Apesar disso, o chefe da Casa Militar, entretanto substituído, coronel Renilde Guterres Corte-Real e Silva, distribuiu um despacho subsequente com instruções contrárias, impedindo esse estacionamento, tendo assessores sido impedidos de entrar com os seus carros no recinto.
A Presidência notou que o chefe de Estado exerce competências inerentes às funções de comandante supremo das Forças de Defesa e que, nesse quadro, o chefe da Casa Militar lhe é subordinado.
Fontes da Presidência explicaram que as leis e os regulamentos em vigor não permitem que a Casa Militar ignore ou contrarie as ordens do Presidente, a quem cabe a decisão final sobre medidas de segurança, incluindo no acesso ao Palácio Presidencial.
Numa carta a que a Lusa teve acesso, o comandante das Forças de Defesa, tenente-general Falur Rate Laek, comunicou ao chefe de Estado timorense ter mandado retirar, com efeitos a partir de 16 de setembro, o chefe da Casa Militar, Corte-Real e Silva.
O cargo ficará a ser desempenhado interinamente pelo ajudante de campo, major Francisco da Silva, até à nomeação de um novo militar, com posto de coronel, para assumir funções, de acordo com a mesma carta.
O caso tem causado polémica nas redes sociais em Timor-Leste.