Montenegro rejeita referendo à regionalização. “Não é adequado” e defende que descentralização "é um logro"
Porto Canal
Luís Montenegro referiu no seu discurso de encerramento do 40º Congresso do PSD que “o processo de descentralização é um logro, e a responsabilidade é exclusivamente do Governo”. Quanto ao eventual referendo sobre a regionalização que o Governo prometeu para 2024, o líder social-democrata considera que "não é adequado".
Depois de admitir como sexta prioridade um “pacto sobre a transição digital, energética e ambiental”, Luís Montenegro deixa para último a questão da descentralização.
Montenegro considera que “o processo de descentralização é um logro, a responsabilidade é exclusivamente do Governo”.
“Os municípios não são os tarefeiros da incompetência e incapacidade da administração central. Ou o poder central confia e descentraliza verdadeiramente competências e meios financeiros ou então mais vale deixar cair a máscara de vez e assumir que anda a enganar toda a gente”, diz Montenegro que rejeita, já no primeiro discurso, um referendo à regionalização.
“Quanto ao eventual referendo sobre a regionalização que o Governo prometeu para 2024, considero que também aqui temos de dizer a verdade sem tibiezas: não é adequado”.
Montenegro justifica a oposição à Regionalização com a gravidade de situação internacional, isto é, a Guerra na Ucrânia
“Fazer um referendo neste quadro crítico e delicado seria do meu ponto de vista uma irresponsabilidade, uma precipitação e um erro. Os portugueses não compreenderiam. Tenhamos as noções das prioridades, em 24 de Fevereiro não foi só o mundo que mudou. Mudou também a hierarquia das nossas prioridades, das nossas ambições e das nossas responsabilidades. Convém ter os pés bem assentes na terra e falar a verdade ao país”.
“Convém ter os pés bem assentes na terra e falar a verdade ao país. Se o governo compreender o consenso desta posição tanto melhor, se pensar de modo diferente tem todo o direto de avançar. Mas nesse caso avançada sozinho. Tem maioria absoluta, por isso pode fazê-lo, mas não terá o avalo do PSD”.