Youtuber explica como conseguir cidadania portuguesa “sem residência, propriedade ou casamento”

Youtuber explica como conseguir cidadania portuguesa “sem residência, propriedade ou casamento”
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Porto Canal

Influenciador fez um donativo à Comunidade Israelita do Porto, que antes da detenção do rabino pela PJ, negociava o processo de comprovação das descendências sefarditas a cidadãos estrangeiros.

Nathaniel Drew, um influenciador digital norte-americano a viver em Paris tornou-se, há poucas semanas, cidadão português. Agora, no Youtube, explica como conseguiu um segundo passaporte “sem viver no país, ter algum familiar residente em Portugal nos últimos séculos, comprar propriedades ou casar”.

Num vídeo de quase 15 minutos, o criador de conteúdos explica que conseguiu nacionalidade portuguesa através do regime especial que permite a atribuição de passaporte aos descendentes de judeus sefarditas. Mas o processo não terá sido fácil. Nathaniel Drew conta que demorou mais de quatro anos até ter um passaporte português na mão e que precisou de muita ajuda.

O Youtuber terá feito um donativo à Comunidade Israelita do Porto que o ajudou com todo o processo, indicando-lhe até um advogado que o ajudou a comprovar a descendência sefardita. No vídeo Nathaniel Drew explica que não tem antepassados portugueses “pelo menos nas últimas 20 gerações”. Apesar disso, conseguiu comprovar que tem descendência de sefarditas do lado paterno.

A história deste Youtuber americano está a provocar várias críticas nas redes sociais, onde se fala em mais um caso de “venda” de passaportes portugueses à luz da lei da nacionalidade.

João Paulo Batalha, ex-diretor da associação Transparência Internacional Portugal diz que este caso “é, mais uma vez, uma demonstração de como a lei da suposta reparação histórica dos sefarditas é uma loja de passaportes”.

Para o consultor na área do combate à corrupção, “o que é exposto no vídeo é até contraditório com os critérios que a Comunidade Israelita do Porto dizia seguir nos processos. João Paulo Batalha explica que, “entre outras coisas, a comunidade exigia aos requerentes, não só a ligação a uma comunidade ancestral, mas que continuassem a praticar a fé judaica de acordo com os ritos sefarditas”. No vídeo Nathaniel Drew explica que não é religioso, não fala o dialeto e que não mantém ligações culturais aos sefardita.

A Lei da Nacionalidade voltou esta quinta-feira ao Parlamento, pela 10.ª vez. Sete partidos apresentaram propostas de alteração.

Na sessão os partidos convergiram na vontade de trabalhar em sede de especialidade sobre alterações à lei, nomeadamente a filiação portuguesa após a maioridade e o regime de obtenção de cidadania por via de descendência sefardita.
Um dia antes do debate, na quarta-feira, a Comunidade Israelita do Porto, cujo rabino foi detido pela Polícia Judiciária, enviou um parecer para a Assembleia da República onde fala em “holocausto contra famílias”, “campanhas de difamação por agentes do Estado” e “recolha de denúncias anónimas da ralé da sociedade”.

De recordar que, em 2021, a naturalização do milionário Roman Abramovich trouxe para cima da mesa o debate sobre a nacionalização de descendentes de judeus sefarditas. Na altura o empresário viu a sua ascendência comprovada pela Comissão de Certificação de Sefardismo da Comunidade judaica portuguesa, da qual tem sido parceiro nos últimos anos.

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