Pfizer aprova o primeiro comprimido contra a doença
Porto Canal com Lusa
A autoridade norte-americana da saúde, a Food and Drug Administration, aprovou esta quinta-feira o uso do comprimido da Pfizer contra covid-19, o primeiro tratamento oral nos EUA para combate à doença
A FDA (na sigla em inglês) anunciou a decisão em comunicado no qual especifica que o medicamento pode ser usado para casos moderados da covid-19 em adultos e crianças menores de 12 anos e pelo menos com 40 quilos de peso e cuja saúde os coloquem em perigo de ser hospitalizados.
O comprimido do laboratório Pfizer é o primeiro tratamento oral contra a covid-19 que os norte-americanos poderão tomar em casa e pode vir a tornar-se "uma ferramenta crucial contra a pandemia numa altura em que os casos aumentaram vertiginosamente com a variante Ómicron", refere.
Até agora, todos os tratamentos nos EUA contra a covid-19 eram administrados por injeção ou por via intravenosa.
O medicamento, que será vendido com o nome de Paxlovid, só pode ser comprado com receita médica e os pacientes devem tomá-la assim que souberem que foram infetados com a doença no máximo nos primeiros cinco dias após o aparecimento dos sintomas.
Além disso, deve ser tomado duas vezes ao dia durante cerca de cinco dias, detalha o FDA no comunicado.
O comprimido funciona ao bloquear a atividade de um enzima específico que o coronavírus precisa para se replicar no organismo infetado, mecanismo semelhante ao do comprimido desenvolvido por outra farmacêutica, a MSD (Merck nos EUA e no Canadá).
O FDA deve aprovar esse outro medicamento em breve, embora os dados mostrem que o da Pfizer é mais eficaz e tem menos efeitos colaterais.
A Pfizer afirma que está pronta para começar imediatamente a distribuir os seus comprimidos e aumentou a sua produção de 80 para 120 milhões no próximo ano.
A covid-19 provocou mais de 5,36 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.823 pessoas e foram contabilizados 1.242.545 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 89 países de todos os continentes, incluindo Portugal.