Dívida dos países pobres subiu 12% para recorde de 860 mil milhões - Banco Mundial

| Economia
Porto Canal com Lusa

Washington, 11 out 2021 (Lusa) - O Banco Mundial alertou hoje que a dívida dos países de baixo rendimento aumentou 12%, atingindo o recorde de 860 mil milhões de dólares no ano passado devido às consequências da pandemia de covid-19.

"Os governos em todo o mundo responderam à pandemia de covid-19 com pacotes massivos de estímulos orçamentais, monetários e financeiros, acomodar o impacto da pandemia nos países mais pobres e vulneráveis está a colocá-los num caminho para a recuperação, mas a dívida resultante nos países de baixo rendimento subiu 12% para um recorde de 860 mil milhões de dólares [742 mil milhões de euros] em 2020", lê-se num novo relatório do Banco Mundial.

Divulgado na semana em que começam os Encontros Anuais do banco e do Fundo Monetário Internacional, o relatório com as mais recentes estatísticas aponta que "mesmo antes da pandemia muitos países de baixo e médio rendimento estavam numa posição vulnerável, com um abrandamento do crescimento económico e a dívida pública e externa em níveis elevados".

O volume de dívida externa destes países de rendimento baixo e médio aumentou 5,3% em 2020 para 8,7 biliões de dólares, o equivalente a cerca de 7,5 biliões de euros.

"Precisamos de uma abordagem abrangente ao problema da dívida, incluindo a redução da dívida, reestruturações mais rápidas e uma transparência melhorada", disse o presidente do banco, David Malpass, citado no comunicado, no qual acrescentou que "níveis sustentáveis de dívida são vitais para a recuperação económica e para a redução da pobreza".

A pandemia de covid-19, além de todos os efeitos sanitários, originou uma degradação nos indicadores sobre a dívida pública, que o Banco Mundial diz ter um "impacto global em todas as regiões", mas com particular gravidade nos países de baixo e médio rendimento, onde se incluem todos os países lusófonos africanos, e Timor-Leste.

"O rácio de dívida sobre o Rendimento Nacional Bruto destes países, excluindo a China, aumentou para 42% em 2020 face aos 37% de 2019, e o rácio de dívida face às exportações aumentou de 126% em 2010 para 154% em 2020", conclui-se no documento.

"As economias em todo o mundo enfrentam um desafio aterrador colocado pelo rápido e elevado aumento dos níveis da dívida", comentou, por seu turno, a vice-presidente do banco e economista-chefe, Carmen Reinhart.

A especialista avisou: "Os decisores políticos precisam de se preparar para a possibilidade de uma crise da dívida ['debt distress', no original em inglês] quando as condições dos mercados financeiros deixaram de ser tão benignas, particularmente nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento".

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