Professora do Alentejo em greve de fome há uma semana contra mobilidade especial

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Porto Canal / Agências

Beja, 25 jun (Lusa) - Uma professora do Alentejo, de 41 anos, está em greve de fome há uma semana, em protesto contra a mobilidade especial dos funcionários públicos, sobretudo a dos professores, disse hoje a própria à agência Lusa.

Susana Valente, professora de Português e Inglês há 15 anos, contou que começou a greve de fome no dia 18 deste mês contra a mobilidade especial que o Governo pretende aplicar e que poderá levar ao "despedimento coletivo de 200 mil funcionários públicos".

Mobilidade especial é "um termo pomposo" para despedimento, disse Susana Valente, referindo: "chegámos a um momento em que é preciso dizer não" e foi "um sentimento de desespero e impotência" que a levou a iniciar a greve de fome. Natural de Mértola, Susana Valente, que reside em Cuba e, até ao fim deste ano letivo, deu aulas na Escola Básica dos 2.º e 3.º ciclos de Moura, disse que pretende manter-se em greve de fome até que o Governo desista de aplicar a mobilidade especial ou que a sua saúde o permita.

Provavelmente, "será até que a minha saúde, no limite, permita, porque não acredito no Governo, que é um desgoverno", disse a docente, que, atualmente, devido à greve de fome e "por uma questão de segurança", está a viver em Beja, na casa da mãe, a qual, juntamente com um dos filhos, está a apoiá-la, "mas sempre a tentar" demovê-la do protesto.

Susana Valente, que pertence ao quadro da Escola Básica Integrada de Amareleja, esteve, neste ano letivo, destacada na Escola Básica dos 2.º e 3.º ciclos de Moura "por aproximação à zona de residência".

No caso dos professores, "se a mobilidade especial for para a frente, deixa de haver quadros" e um professor que não conseguir horário completo numa escola passa à mobilidade interna e terá que se candidatar como um professor sem contrato.

Posteriormente, se não conseguir horário e ser colocado, o professor passará para a mobilidade especial, o que implica uma redução inicial de 30% do salário, seguindo-se um corte de 50% meses depois e a perda completa do salário um ano depois.

"Já estou em mobilidade há muito tempo, porque trabalhei em nove escolas geograficamente dispersas. Não é a mobilidade que me assusta. É a mobilidade sem vencimento", disse a docente, considerando a mobilidade especial uma medida "ilegal e imoral".

Em princípio, "no próximo ano letivo, ficarei a dar aulas na Escola Básica Integrada de Amareleja, onde tenho lugar garantido, por enquanto, mas, um dia, a mobilidade especial vai atingir-me. É o futuro que me assusta e preocupa", disse Susana Valente, referindo que está "a lutar" pelo seu futuro e pelo futuro dos funcionários públicos e, sobretudo, dos seus colegas professores.

LL // MLM

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