Antiga primeira-ministra tailandesa detida pelos militares
Porto Canal
A antiga primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra, foi detida pela junta militar que na quinta-feira protagonizou um golpe de Estado, informou hoje o partido Puea Thai.
"Confirma-se que ela foi detida pelo exército depois de se ter apresentado perante a junta na sexta-feira", disse fonte do partido Puea Thai, que estava presente quando Yingluck respondeu à convocatória da junta militar.
Na sexta-feira, o jornal tailandês Naew noticiou que a ex-primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra, ficaria retida num quartel militar durante três dias e que no mesmo dia da detenção seria transferida para um quartel da província de Saraburi, ao lado de Banguecoque.
Yingluck, obrigada a demitir-se há duas semanas pelo Tribunal Constitucional, que a considerou culpada do crimes de abuso de poder, é uma de mais de 100 personalidades que a nova junta militar tailandesa convocou para comparecerem na sexta-feira no Clube do Exército, na capital, sob ordem de prisão caso não cumprissem.
As convocatórias foram emitidas pouco antes de o chefe do Exército, Prayuth Chan-ocha, se ter autoproclamado primeiro-ministro em exercício da Tailândia.
A intervenção militar ocorreu depois de oito meses de protestos para derrubar o Governo, que fizeram 28 mortos e mais de 800 feridos.
Menos de 24 horas depois do golpe de Estado, o 12.º da Tailândia democrática, os acampamentos dos manifestantes antigovernamentais e pró-governamentais em Banguecoque foram desmantelados e os seus ocupantes regressaram a casa.
A Constituição foi suspensa, salvo as disposições referentes ao rei, decretou-se um recolher obrigatório das 22:00 às 05:00, proibiram-se as reuniões públicas de mais de cinco pessoas e acabou---se com a liberdade de imprensa, com o encerramento de estações de rádio e televisão e a ameaça de encerrar qualquer meio de comunicação que provoque agitação.