Migrações: México tem 12 mil militares e funcionários a gerir vaga migratória

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Porto Canal com Lusa

Cidade do México, 13 abr 2021 (Lusa) - O Governo do México especificou hoje que conta com 12 mil elementos destacados, incluindo militares e funcionários dos serviços migratórios, para travar a mais recente vaga migratória, sobretudo de menores, observada nas fronteiras do país.

"Calculo que existam 12 mil pessoas de várias unidades (...) que estão destacadas há mais de um mês", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros mexicano, Marcelo Ebrard, numa conferência conjunta com o Presidente Andrés Manuel López Obrador, precisando que entre os vários departamentos envolvidos neste destacamento foi dada uma atenção particular ao tráfico de menores de idade.

A porta-voz da Casa Branca (Presidência dos Estados Unidos), Jen Psaki, anunciou na segunda-feira um acordo com o México, Honduras e Guatemala que prevê a mobilização de milhares de militares e de agentes policiais para tentar travar o fluxo migratório em direção a norte, que alcançou números recorde durante o mês de março.

A porta-voz norte-americana acrescentou na mesma ocasião que o "vizinho" México "tinha decidido manter 10 mil efetivos na fronteira sul" com a Guatemala, mas Jen Psaki não especificou na altura se estes elementos eram militares.

Nas declarações de hoje, Marcelo Ebrard elevou o número para 12 mil efetivos, esclarecendo que entre os destacados estavam agentes do Instituto Nacional de Migrações, elementos da Guarda Nacional e funcionários do Sistema Nacional de Desenvolvimento Integral das Famílias, unidade responsável pelos casos que envolvem migrantes menores não acompanhados.

Também entre os destacados estão elementos do Exército e da Marinha.

O chefe da diplomacia mexicana justificou esta operação com a necessidade de gerir a situação dos menores migrantes desacompanhados, salientando que o Governo mexicano está "preocupado" com o "impressionante" aumento de casos envolvendo crianças migrantes, que são utilizadas pelas redes de tráfico "para atravessar o México e chegar aos Estados Unidos da América (EUA)".

Em março, o México registou um número recorde de 17.445 migrantes contabilizados pelas autoridades de imigração, dos quais 3.139 eram menores desacompanhados, oriundos maioritariamente de países da América Central como Guatemala e Honduras.

Marcelo Ebrard lembrou que a legislação mexicana não permite que os menores sejam mantidos em centros de imigração, reconhecendo que o Governo deve ampliar a capacidade do Sistema Nacional de Desenvolvimento Integral das Famílias para conseguir acompanhar estes casos específicos.

Também o Presidente mexicano focou a importância de proteger os migrantes menores, frisando que estes são vítimas dos traficantes e que esta prática "é uma gravíssima violação dos direitos humanos".

"Aproveito esta oportunidade para dizer aos nossos irmãos centro-americanos da Guatemala, El Salvador e das Honduras que nos ajudem para que as crianças não sejam usadas" pelos traficantes, reforçou López Obrador.

Na semana passada, a administração norte-americana divulgou que mais de 172 mil migrantes sem documentos foram detidos durante o mês de março na sua fronteira com o México, um número recorde.

Entre estes migrantes foram identificados quase 19 mil menores, um valor histórico.

A Casa Branca tem insistido que a fronteira do país "está fechada" e que a maioria daqueles que chegam ao território norte-americano sem documentos serão expulsos, mas estas advertências não estão a baixar os números das chegadas à zona fronteiriça, em particular de menores não acompanhados.

A administração liderada pelo Presidente Joe Biden tem sido criticada pelo facto de muitos destes menores estarem retidos além do período permitido por lei em centros de detenção geridos pelos serviços alfandegários e fronteiriços federais, estruturas que não foram concebidas para receber crianças e jovens.

 

SCA // FPA

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