Banco Africano de Desenvolvimento deixa de financiar projetos em carvão

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Porto Canal com Lusa

Abidjan, 20 jan 2021 (Lusa) - O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) anunciou hoje que vai deixar de financiar projetos de carvão, no âmbito da aposta desta entidade financeira multilateral no desenvolvimento das energias renováveis no continente, que já valem 80% dos financiamentos.

"Estou contente de anunciar que o BAD vai deixar de financiar projetos de carvão, e que o Banco deu prioridade às renováveis como a prioridade da nossa iniciativa prioritária 'Eletrificar e Dar Energia a África', e em resultado disso a percentagem de energias renováveis nos investimentos relacionados com a geração de energia está agora nos 80", disse a vice-presidente Swazi Tshabalala.

O anúncio foi feito durante a cerimónia de assinatura, em formato virtual, do plano de ação para os próximos dois anos em conjunto com o Banco Europeu de Investimentos, com a participação do vice-presidente do banco da União Europeia Thomas Ostros.

"Um dos principais projetos de bandeira neste setor é o investimento de 20 mil milhões de dólares no programa 'Desert-to-Power', no qual o BEI já é um parceiro e investidor crucial", salientou a vice-presidente africana, acrescentando que "o desenvolvimento continuado deste projeto deve ser um dos resultados de sucesso deste plano de ação que foi hoje assinado".

Durante a intervenção na cerimónia de assinatura, Swazi Tshabalala elencou os temas da colaboração em matérias climatéricas, investimento em infraestruturas, tecnologias digitais, inclusão financeira, educação e formação e o setor da saúde como as principais prioridades.

"Nos últimos cinco anos a nossa carteira partilhada cresceu para 3,4 mil milhões de euros, alavancando um total de investimentos de quase 10,2 mil milhões de euros em 26 projetos no continente", apontou Tshabalala, prometendo que "a expectativa é fazermos ainda mais nos próximos anos".

Questionado pela Lusa sobre qual é a estimativa de investimentos ao abrigo deste plano de ação, o BEI respondeu que "nas próximas semanas será apresentado o plano de ação" e lembrou o "nível de envolvimento recorde em África no último ano".

No futuro próximo, o banco espera "confirmar o apoio para mais de 4,7 mil milhões de euros de novas operações para transformar o acesso a financiamento, energias limpas, transporte sustentável, água, saúde pública e comunicações digitais", acrescentou, vincando que a expectativa é "aumentar significativamente [o montante de financiamento] e cobrir um leque alargado de setores prioritários".

Na intervenção, o vice-presidente do BEI responsável pela relação com África, Thomas Ostros, lembrou que desde os anos 1960 o banco da UE já aprovou mais de 26 mil milhões de euros em projetos.

"Este acordo é diferente, desde logo no nome, que se chama plano de ação, queremos mais cooperação direta entre as sedes e entre as nove representações em África, e permite mais coordenação no investimento e fortalece a cooperação entre os dois bancos para garantir que África emerge mais forte", disse o banqueiro europeu.

O acordo, concluiu o banqueiro, "demonstra o firme compromisso do banco da UE para garantir investimentos que fazem mesmo a diferença e a relação com o BAD é uma prioridade estratégica para o BEI".

MBA // JH

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