Covid-19: Sindicato da Construção pede testes "em 15 dias" aos trabalhadores
Porto Canal com Lusa
Redação, 08 out 2020 (Lusa) -- O Sindicato da Construção de Portugal exigiu hoje que "as autoridades competentes realizem, nos próximos 15 dias, testes em todo o país no setor da construção", para perceber se "é um setor saudável ou infetado", referiu, num comunicado.
A estrutura sindical alertou para o facto de que "cerca de 40% dos trabalhadores da construção são clandestinos", realçando que "trabalham diariamente na reabilitação urbana em todo o país e viajam em carrinhas superlotadas, sem a utilização de máscaras e não respeitando o distanciamento que se impõe".
O sindicato acredita que "se forem feitos testes aos trabalhadores a nível nacional", os números de infetados por covid-19 terão "um aumento exponencial".
Em junho, a organização alertou para as centenas ou mesmo milhares de casos de infeção pela covid-19 por identificar no setor, voltando a solicitar ao Governo a realização de testes de despiste.
"Estamos certos que há centenas para não dizer milhares de trabalhadores a nível nacional infetados e para confirmarmos se o que dizemos corresponde à verdade faça-se os testes a todos os mais de 400 mil trabalhadores a nível nacional e aí ficaremos a saber da gravidade que existe no setor", apontou, em comunicado, o Sindicato da Construção de Portugal.
A estrutura afeta à CGTP lamentou, nessa altura, não ter sido ouvida pelo Governo sobre esta matéria, embora considere ser a organização do setor "que melhor pode trabalhar com o Ministério da Saúde" dada a sua atividade, convidando ainda a ministra da Saúde, Marta Temido, a visitar a maior obra, o plano eletroprodutor do Alto do Tâmega, e a verificar que as práticas de higiene e segurança estão a ser cumpridas.
Portugal voltou hoje a ultrapassar a barreira das 1.000 infeções diárias por covid-19, atingindo 1.278 casos, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Desde o início da pandemia, em março, este é o segundo maior número de casos de infeção. O maior foi em 10 de abril com 1.516.
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