Afonso Dhlakama diz que sem a Renamo não haverá eleições gerais em Moçambique

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Porto Canal / Agências

Maputo, 23 abr (Lusa) - O líder da Renamo, o principal partido da oposição em Moçambique, Afonso Dhlakama, ameaçou impedir as eleições gerais, caso o seu partido não participe no escrutínio, numa entrevista divulgada hoje pelo Canal de Moçambique.

A entrevista, de quatro páginas, é a primeira de Afonso Dhlakama nos últimos três meses, depois de ter falado a órgãos de comunicação sociais moçambicanos e estrangeiros, algures a partir da Serra da Gorongosa, centro do país, onde se refugiou em outubro do ano passado, quando foi desalojado do seu acampamento por uma ofensiva do exército moçambicano.

Em declarações ao Canal de Moçambique, o líder da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) ameaçou inviabilizar as eleições gerais (presidenciais e legislativas) de 15 de outubro, caso o seu movimento não participe no escrutínio.

Apesar de vários dirigentes do partido terem reiterado que a Renamo vai participar no escrutínio, após ter boicotado as eleições autárquicas de 20 de novembro passado, por discordar da lei eleitoral, aumentam as dúvidas sobre essa hipótese pelo facto de o seu líder não se ter recenseado a uma semana do fim do recenseamento eleitoral, alegando falta de segurança.

"Eles (a Frelimo, partido no poder), estão a brincar, sem a Renamo a concorrer, não vai haver eleições. Eu asseguro. (...) Se houver vontade do outro lado, vai haver eleições, nós estamos preparados", declarou Afonso Dhlakama.

Na semana passada, o porta-voz da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), Damião José, disse que as eleições seriam realizadas a 15 de outubro, com ou sem a participação do principal partido da oposição.

Segundo Afonso Dlhakama, "eles (a Frelimo) não podem fazer brincadeiras com as presidenciais e legislativas, não podem pensar que podem realizar as eleições sem a Renamo".

Sobre o impasse nas negociações entre a Renamo e o Governo, em torno do desarmamento do braço armado do principal partido da oposição, o líder da Renamo reiterou a posição do seu partido de que os antigos guerrilheiros do movimento devem integrar todos os ramos das forças de defesa e segurança.

"Essas instituições do Estado, que são as forças de defesa e segurança não podem continuar partidarizadas. Mesmo a tal guarda da Renamo e do Dhlakama passarão para essas forças", afirmou o líder do principal partido da oposição.

Apesar de ter desarmado a maioria da sua guerrilha, ao abrigo do Acordo Geral de Paz, que assinou em 1992 com o Governo moçambicano, a Renamo mantém sob seu comando um contingente armado destinado à segurança dos seus dirigentes, mas que têm estado envolvidos em confrontos com o exército, principalmente no centro do país, onde o movimento tinha as suas antigas bases, e que provocaram mais de uma dezena de mortos.

Os confrontos abrandaram, na sequência da aprovação de uma nova lei eleitoral contendo as emendas exigidas pela Renamo, mas o impasse com o Governo mantém-se sobre o desarmamento dos ex-guerrilheiros da Renamo.

PMA // VM

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