Cavaco diz que exportadores são "heróis" face à fraca procura interna

| Economia
Porto Canal / Agências

Oliveira de Azeméis, 22 abr (Lusa) - O Presidente da República classificou hoje o fabricante de acessórios para bicicletas e motos Polisport, que exporta para marcas como a KTM e BMW, como um dos "heróis" que demonstraram dinâmica económica face à "fraqueza da procura interna".

A visita de Cavaco Silva à unidade de Oliveira de Azeméis enquadra-se no "Roteiro para uma Economia Dinâmica", que hoje integra ainda três outras empresas do Norte do país com elevados índices de exportação.

"Num quadro de escassez de crédito, de carga fiscal bastante elevada e de custos de contexto altos, podemos dizer que os empresários portugueses foram nos últimos anos verdadeiros heróis", declarou o Presidente da República.

"Demonstraram capacidade e visão", explica. "Compreenderam que, face à fraqueza da procura interna, deviam apostar na internacionalização e na procura de novos mercados", observa.

Para Cavaco Silva, é esse o grande pilar da recuperação do país, assente nas exportações e no investimento produtivo, "que arrastam consigo o aumento do consumo privado".

"São empresas como estas - e não as intrigas, as agressividades e as crispações - que promovem o crescimento económico, a criação de emprego e a conquista de novos mercados", defende o Presidente da República. "O resto são fait-divers", garante.

O Grupo Polisport é atualmente constituído pela empresa homónima e pela Polinter, num universo de 273 colaboradores distribuídos por cinco unidades em Oliveira de Azeméis, Vale de Cambra e Arouca.

O grupo é especializado em acessórios para motos e bicicletas, faturou em 2013 um total de 24.537 milhões de euros e encaminhou 97% da sua produção para o mercado externo,inclusive para marcas como a KTM, a BMW e a Suzuki.

Paulo Freitas, diretor de exportações da Polisport, afirma que o grupo "desenvolve produtos para o setor de duas rodas à medida dos clientes", sendo líder mundial na produção de porta-bebés para bicicletas, "com mais de meio milhão de unidades por ano".

Com 22 patentes registadas, quatro marcas e 19 registos de design, o grupo destacou-se também pela produção de carnagens plásticas que dispensam a aplicação de letterings em material autocolante.

"Mas não vendemos plásticos a quilo", assegura Paulo Freitas. "Vendemos tecnologia", declara.

Em 2013, o investimento do grupo em investigação e desenvolvimento foi de 5% do seu total de vendas, num montante aproximado de 600.000 euros.

Até final de 2014, o grupo pretende atingir um volume de negócios na ordem dos 31,5 milhões e, à semelhança do que aconteceu no ano passado, propõe-se voltar a distribuir 10% do lucro pelos seus trabalhadores.

AYC // PGF

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