Câmara de Gondomar está a trabalhar numa solução para reduzir tarifa da água

Câmara de Gondomar está a trabalhar numa solução para reduzir tarifa da água
| Norte
Porto Canal com Lusa

O presidente da Câmara de Gondomar revelou hoje estar a trabalhar numa solução que permita reduzir a tarifa da água no concelho, nomeadamente através de um pedido de reequilíbrio das contas das Águas de Gondomar que favoreça a população.

O autarca reuniu ao final da manhã com o Movimento Cívico em Defesa dos Interesses dos Consumidores das Águas de Gondomar que reverter o negócio da privatização da água no concelho.

Em declarações à Lusa, no final da reunião, Marco Martins referiu que de uma forma geral, o município acompanha as preocupações do movimento e considera-as legítimas, contudo, como foi explicado ao movimento, há constrangimentos decorrentes do contrato a que a câmara está amarrada até 2031 e implicações em caso de incumprimento.

O presidente da autarquia adiantou, contudo que a câmara tem vindo a preparar desde 2019 a possibilidade de pedir um reequilíbrio que seja a favor dos munícipes.

"A empresa pediu, em 2019, o reequilíbrio que tinha o objetivo aumentar a sua margem de lucro e ter mais receitas e nós estamos a trabalhar ao contrário. Estamos à procura de instrumentos e de formas na lei que nos permitam fazer reduzir a fatura", explicou, sublinhando que esta é uma tarefa "ingrata" e "não é fácil".

O autarca adiantou ainda que para setembro ficou já agenda uma nova reunião de trabalho com o movimento, que um dos assuntos que terá é ver a forma como pode ser constituída uma comissão de supervisão onde esteja presente não só o movimento e a população, mas as várias forças políticas para que o processo seja totalmente transparente.

"Também foi dito que se hoje tivesse que haver uma decisão sobre a forma de gestão das águas e do saneamento, se dependesse de mim à data de hoje, não seria a figura da concessão a que eu escolheria. Mas é aquela que herdámos e que até 2031 vamos ter de cumprir a não ser que saia o euromilhões à câmara", concluiu.

Contactado pela Lusa, Miguel Azevedo, porta-voz do Movimento, mostrou-se satisfeito com a atitude construtiva do município nesta matéria, que embora não se tenha comprometido com medidas em concreto mostrou-se solidário com a causa defendida pelo movimento, tendo admitido estar a estudar uma solução.

O porta-voz do movimento referiu ainda que foi deixada a garantia de que na próxima semana vai ser concedido acesso ao contrato de concessão e todas as adendas que foram feitas - a de 2009 e a de 2014, o que vai permitir quantificar melhor quanto custaria revertê-la.

Sobre a questão da tarifa social, Miguel Azevedo adiantou que a autarquia revelou já dispor de uma tarifa deste género que abrange cerca de "mil e pouco" agregados familiares, o que o movimento considera "completamente insuficiente", quando comparada com a tarifa social "imediata" que está a ser atribuída por alguns municípios e que abrange 14 mil pessoas.

"A Câmara com tem um alto nível de endividamento, tem esse problema que não sabe quem é responsável por esse desconto. Então está-se à espera haja uma aclaração da parte da Assembleia da República sobre quem é responsável pelo desconto: se é a autarquia, a empresa concessionária ou se vai haver um fundo do Governo para suportar estes custos", afirmou.

Miguel Azevedo adiantou também que o movimento ficou responsável por elaborar um dossier contento as irregularidades cometidas pela empresa concessionária e que vão sendo relatadas nas sessões de esclarecimento promovidas pelo movimento.

Na quarta-feira, em declarações à Lusa, PS de Gondomar defendeu que só a expensas da autarquia pode reduzir-se tarifa da água.

"Uma vez que a câmara é a entidade concedente e as Águas de Gondomar a entidade concessionária, obviamente que se hipoteticamente a autarquia resolvesse injetar 10 ou 20 milhões na concessão isso teria um efeito de redução na tarifa. E esta é a única hipótese que o PS de Gondomar vê", afirmou Carlos Brás, em declarações à Lusa.

Num quadro comparativo sobre a taxa de disponibilidade a que a Lusa teve acesso verifica-se que em Gondomar é de 6,1733 euros, bem acima dos valores praticados no Porto (3,4684), Vila Nova de Gaia (4,000), Maia (não tem) e Matosinhos (5,8393).

Quanto ao custo por escalão, em Gondomar, entre os 0 a 5 metros cúbicos, que corresponde ao primeiro escalão, é cobrado 0,7123 euros, enquanto no segundo escalão, entre os 5 a 15m3, sobe para 1,6146 euros e para os 3,0865 euros no terceiro escalão, entre 15 a 25m3. Fazendo a comparação, os restantes cinco concelhos, estes cobram entre menos 0,1923 e menos 1,2436 euros.

+ notícias: Norte

70 alunos vítimas de intoxicação alimentar após jantar de curso em Braga

Cerca de 70 alunos do curso de Direito da Universidade do Minho passaram por uma intoxicação alimentar após um jantar de curso que decorreu num restaurante em Braga. Os estudantes foram levados para os hospitais de Braga e de Famalicão devido a sintomas de intoxicação alimentar, como vómitos, diarreia, desmaios e arrepios.

Trabalhadores da Efacec iniciam greve intercalada de duas horas por turno em Matosinhos

Os trabalhadores da Efacec iniciam esta segunda-feira uma greve de duas horas por turno, que se repetirá na quarta e na sexta-feira, pela defesa dos empregos e da importância estratégica da empresa. A paralisação abrange também todo o trabalho extraordinário durante o mês de maio

Central de Operações de Socorro de Gondomar já recebeu mais de 36 mil chamadas

A Central Única de Gondomar, que ajuda a reduzir o tempo de espera por socorro, recebeu 36.178 chamadas. Inaugurada há um ano, segundo o Jornal de Notícias (JN), “em comparação ao primeiro trimestre de 2023 (sem CMOS) com o de 2024 (com CMOS), houve um aumento do número de ocorrências na ordem dos 22,2%, passando das 3532 para as 4315”.