EUA/Floyd: Polícia grega lança gás lacrimogéneo numa marcha contra violência

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Porto Canal com Lusa

Atenas, 06 jun 2020 (Lusa) -- Uma manifestação no centro de Atenas contra a violência policial contra negros nos Estados Unidos (EUA), motivada pela morte do afro-americano George Floyd em Minneapolis, acabou esta noite em confrontos entre manifestantes e polícia.

Segundo relata a agência Efe, cerca de duas mil pessoas manifestaram-se esta sexta-feira à noite em frente ao Parlamento, na Praça Syntagma, em Atenas, contra o racismo e a brutalidade policial.

Os manifestantes carregavam retratos de George Floyd e faixas contra os privilégios brancos e entoavam slogans como "Black lives matter" (Vidas negras contam).

Por volta das 21:00 (19:00 em Lisboa), várias pessoas separaram-se do corpo da manifestação e lançaram pedras à polícia, que reagiu com gás lacrimogéneo.

Os manifestantes foram desde o Parlamento até uma esquadra de polícia próxima do bairro Kolonaki, onde tentaram avançar para a embaixada americana, mas foram bloqueados pelas autoridades policiais.

Duas pessoas foram detidas nessa noite e outras cinco foram, igualmente, detidas num protesto semelhante, após confrontos com a polícia em frente à embaixada americana.

A polícia fechou várias estações de metro, no centro da capital grega, depois de centenas de pessoas se começarem a reunir em frente ao Parlamento, o que levou a críticas por tentarem impedir a livre circulação de pessoas, assim como à chegada de outros manifestantes num outro protesto, pelo clima, a propósito do Dia Mundial do Ambiente.

Embora o protesto tenha sido inspirado pela morte de Floyd, as queixas por violência policial na Grécia são comuns e as Organizações Não Governamentais (ONG), comunicação social e organizações independentes registam abusos há anos.

A Amnistia Internacional, por exemplo, documentou, na Grécia, abusos de poder e uso de força arbitrária e excessiva, maus-tratos, torturas, espancamentos e até violações com bastões.

Nos últimos anos, um dos incidentes que mais críticas reuniu contra a polícia helénica foi a morte de um ativista LGBTI Zak Kostopulos, que foi espancado por vários agentes. O ativista já se encontrava ferido no chão depois de ter sido espancado, supostamente, por ter sido apontado como um ladrão de joias.

A morte de George Floyd, um afro-americano de 46 anos, em 25 de maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, motivou nos últimos dias centenas de protestos nos Estados Unidos e no resto do mundo, alguns dos quais degeneraram em violência.

Na Austrália, os protestos "Black Lives Matter" decorreram hoje de forma pacífica, enquanto milhares de pessoas nas capitais dos estados honraram a memória de George Floyd e expressaram a sua raiva pela morte de indígenas australianos sob custódia.

Em Paris, a polícia proibiu um terceiro protesto organizado pela Internet para hoje, junto à Torre Eiffel, contra os abusos policiais sobre George Floyd, com base nos riscos da propagação da pandemia da covid-19 e com medo de distúrbios públicos.

A polícia de Paris já tinha proibido outras duas reuniões agendadas para a zona da embaixada americana na capital francesa. O decreto da polícia francesa diz que os regulamentos de distanciamento social proíbem reuniões de mais de 10 pessoas.

Em Washinton, nos EUA, é esperada hoje a maior manifestação contra a brutalidade policial desde a morte de George Floyd em Minneapolis.

A capital tem recebido ao longo da semana vários protestos que têm sido, maioritariamente, pacíficos, com marchas entre a Casa Branca, Capitólio e Memorial de Lincoln.

O secretário do Exército, Ryan McCarthy, disse aos jornalistas na sexta-feira, que, segundo as forças policias locais, para hoje estimam um aumento no número de manifestantes que poderá ser entre os 100 mil e os 200 mil manifestantes.

Em Portugal, cinco cidades - Lisboa, Porto, Braga, Coimbra e Viseu - juntam-se hoje à campanha de solidariedade mundial contra o racismo, associando-se à luta pela dignidade humana na sequência da morte de George Floyd.

IYN // FPA

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