Seul, 02 abr (Lusa) - A Coreia do Sul concluiu que os dois aviões não identificados encontrados recentemente perto da fronteira com a Coreia do Norte foram enviados pelo regime de Kim Jong-un em missão de 'espionagem', informou hoje o Ministério da Defesa de Seul.

"Os resultados preliminares da investigação indicam que os 'drones' foram enviados pela Coreia do Norte" para realizar alegadas tarefas de espionagem no Sul, disse um porta-voz da Defesa à agência Efe.

O Exército sul-coreano encontrou o primeiro de dois dos aviões não tripulados no passado dia 24, em Paju, a sul da zona desmilitarizada que divide as duas Coreias, e o segundo esta segunda-feira na ilha fronteiriça de Baengnyeong, no Mar Amarelo.

Depois de desmantelar os 'drones' para os inspecionar, as primeiras conclusões do Exército apontam que ambos se encontram relacionados entre si, tendo sido fabricados pela Coreia do Norte, com o objetivo de realizar testes para melhorar a sua capacidade de reconhecimento aéreo no país vizinho.

Outras fontes do Exército indicaram à agência sul-coreana Yonhap que o primeiro 'drone' tinha uma inscrição norte-coreana na sua bateria e estava equipado com uma câmara de alta resolução que tirou fotografias de instalações militares sul-coreanas e mesmo nas imediações do complexo presidencial de Seul.

Após esclarecer que a investigação não foi, contudo, dada oficialmente por concluída, o porta-voz do Ministério da Defesa adiantou que Seul procurará adotar medidas para prevenir novas ações de espionagem com recurso a este tipo de dispositivos.

A descoberta dos 'drones' surge numa altura de tensão na península, acentuada depois de a Coreia do Norte ter efetuado exercícios navais no Mar Amarelo, junto à fronteira com o Sul, que desencadearam, esta terça-feira, uma troca de fogo de artilharia no mar, entre os dois exércitos.

O Exército norte-coreano lançou perto de 500 rondas de artilharia sobre a água, das quais quase cem caíram do lado do Sul, o que levou Seul a responder com tiros idênticos, enviar aviões 'F-15' e retirar para refúgios os residentes de Baengnyeong e de outras ilhas fronteiriças.

As duas Coreias continuam tecnicamente em guerra, desde a Guerra da Coreia (1950-53), que terminou com a assinatura de um armistício, e que nunca foi substituído por um tratado de paz definitivo.

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