Covid-19: Sindicato denuncia salário em atraso em três confeções da Beira Baixa
Porto Canal com Lusa
Covilhã, Castelo Branco, 20 abr 2020 (Lusa) - O Sindicato dos Trabalhadores do Setor Têxtil da Beira Baixa disse hoje que há três confeções do distrito de Castelo Branco que não pagaram o salário de março e frisou que a covid-19 não pode ser usada para "roubar direitos".
Em comunicado enviado à agência Lusa, este sindicato que tem sede na Covilhã, distrito de Castelo Branco, diz que estão em causa as empresas Lanifato (Belmonte), Dalina (Castelo Branco) e Unideco (Penamacor).
Assinado por Marisa Tavares, da direção do STBB, o comunicado aponta que, no caso da Lanifato, as trabalhadoras, "com medo e pressionadas", aceitaram gozar 15 dias de férias, tendo sido enviadas para casa no dia 20 de março, com a informação de que depois a empresa recorreria ao 'lay-off'.
Aquela estrutura sindical afeta à CGTP-IN garante que, no fim desses 15 dias, a empresa contactou as trabalhadoras por telefone para as informar que ainda não era possível voltarem ao trabalho e não lhes explicou em que situação ficavam, tendo apenas respondido que não sabia se estava ou não em 'lay-off'.
"A empresa não sabe se colocou ou não o requerimento para o 'lay-off' à Segurança Social?", questiona o sindicato, sublinhando que a empresa também terá dito que não tem condições para pagar o salário em atraso e que, "quando puder, paga".
No mesmo comunicado, é igualmente apontado que confeção Dalina, em Castelo Branco, também ainda deve o salário de março e que deu como justificação que não terá sido aprovada uma linha de crédito, "estando também estas trabalhadoras numa situação bastante difícil".
"A empresa Unideco, em Penamacor, pertencente aos empresários da Lanifato, está na mesma situação, sem o salário do mês de março", denuncia aquele sindicato, sublinhando que não podem ser os trabalhadores a pagar os prejuízos causados pela pandemia.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 164 mil mortos e infetou mais de 2,3 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 525 mil doentes foram considerados curados.
Portugal regista 714 mortos associados à covid-19 em 20.206 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia divulgado no domingo.
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