Covid-19: Organização Meteorológica alerta para perda de dados sobre atmosfera

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Porto Canal com Lusa

Genebra, 01 abr 2020 (Lusa) -- A Organização Meteorológica Mundial (OMM) alertou hoje para os efeitos negativos da pandemia covid-19 nas medições essenciais para prever o tempo, apontando a redução drástica do número de voos como um dos problemas.

Os instrumentos de bordo dos aviões comerciais registam informações meteorológicas que são transmitidas para as estações terrestres via satélite e a quantidade de dados recolhida, sobretudo nos céus europeus, caiu a pique nos últimos dias com a redução de atividade das companhias aéreas.

O diretor do sistema de vigilância terrestre da OMM, Lars Peter Riishojgaard, afirmou em conferência de imprensa virtual a partir de Genebra que "não há perigo imediato" de se perder o rasto ao clima a nível mundial, mas que se as medidas restritivas impostas para conter o contágio se prolongarem durante muitas semanas, perder-se-á quantidade e qualidade dos dados que permitem fazer previsões e emitir avisos.

Sem esses dados, será mais difícil dar conta dos fenómenos meteorológicos, incluindo os mais extremos, exacerbados pelas alterações climáticas, que podem sobrecarregar ainda mais países já em esforço por causa da expansão da pandemia do novo coronavírus.

Lars Riishojgaard admitiu que a redução do número de voos e da atividade industrial em geral teve efeitos "muito subtis" na qualidade do ar na atmosfera, mas que se trata de uma alteração artificial e momentânea, porque o tráfego aéreo irá normalizar, mesmo que não se saiba quando.

Normalmente, os aviões fornecem cerca de 700 mil observações de alta qualidade sobre temperatura e ventos, complementadas com observações de satélite, recolhidas em terra e nos oceanos, o que permite manter o sistema de observação global da OMM, a que pertencem 193 países.

Embora os satélites e as estações meteorológicas terrestres sejam, em grande parte, automatizados, precisarão a médio prazo de manutenção e se as restrições de atividade e movimentos das populações continuarem durante meses, não a terão.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 828 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 41 mil.

Dos casos de infeção, pelo menos 165 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, segundo o balanço feito na terça-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 160 mortes, mais 20 do que na véspera (+14,3%), e 7.443 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 1.035 em relação a segunda-feira (+16,1%).

Dos infetados, 627 estão internados, 188 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.

Além disso, o Governo declarou no dia 17 o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.

APN // HB

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