Covid-19: Governo brasileiro quer instalar postos de controlo na Amazónia
Porto Canal com Lusa
Brasília, 26 mar 2020 (Lusa) - O vice-Presidente do Brasil anunciou que o Governo pretende instalar 12 postos avançados ao longo da fronteira do país com outros países sul-americanos, para impedir a entrada de infetados pelo novo coronavírus em território brasileiro.
"Essa monitorização é para procurar e impedir a entrada de pessoas que venham dos nossos países vizinhos fronteiriços, já com essa enfermidade", disse Hamilton Mourão, no final de uma reunião do Conselho Nacional da Amazónia Legal na terça-feira.
O Governo tenciona instalar um posto no estado do Amapá, três ao longo do Amazonas, três em Roraima, três no Acre e dois em Rondônia.
Segundo Mourão, a maior preocupação em relação ao interior da Amazónia prende-se com as embarcações que levam produtos para a população da região, e cujo controlo será atribuído à Marinha.
Na semana passada, o Governo brasileiro já tinha proibido a entrada de cidadãos estrangeiros de oito países da América do Sul no país, devido à pandemia da covid-19.
O texto inclui na lista de restrição excecional e temporária a entrada de cidadãos da Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana Francesa (território ultramarino francês), Guiana, Paraguai, Peru e Suriname, e informa que a proibição segue uma recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para tentar diminuir a circulação do novo coronavírus.
Além das medidas para enfrentar a covid-19, o Conselho Nacional da Amazónia Legal decidiu ainda focar-se em ações no combate à desflorestação e queimadas na maior floresta tropical do mundo.
Em janeiro passado, o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, anunciou a criação do Conselho da Amazónia, de natureza interministerial, para coordenar as diversas ações direcionadas de "proteção, defesa e desenvolvimento sustentável" da floresta, e cuja direção está a cargo do general Hamilton Mourão.
O Brasil registou na quarta-feira 57 mortos e 2.433 infetados pelo novo coronavírus.
A região norte, onde está localizada a maioria dos estados da Amazónia brasileira, é a zona menos afetada pelo novo coronavírus, registando 105 infetados e um morto.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 450 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 20.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com cerca de 240.000 infetados, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 7.503 mortos em 74.386 casos registados até hoje.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
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