UE discute importação de gás com EUA na próxima semana - Durão Barroso
Porto Canal / Agências
Bruxelas, 26 mar (Lusa) -- O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, anunciou hoje uma reunião entre responsáveis da União Europeia e dos Estados Unidos para discutir a importação de gás, de modo a reduzir a dependência em relação à Rússia.
"As nossas equipas vão reunir-se, a nível ministerial, na próxima semana para discutir algumas questões relacionadas com a cooperação energética entre a UE e os EUA", disse José Manuel Durão Barroso, no final da cimeira entre os dois blocos.
Os chefes da diplomacia respetivos -- John Kerry (EUA) e Catherine Ashton (UE) -- chefiam as delegações, adiantou.
"Temos que resolver alguns dos nossos problemas", adiantou, exemplificando com as ligações que necessitam de ser melhoradas.
"Temos que fazer o trabalho de casa", disse ainda Durão Barroso, considerando que a decisão dos EUA de comercializar gás de xisto é uma "boa notícia".
Por seu lado, Barack Obama salientou que, no atual contexto geoestratégico, "todas as fontes de energia têm os seus inconvenientes e desvantagens", acrescentando considerar "útil" que a Europa olhe para os EUA como uma possível fonte energética.
A importação de gás natural liquefeito (GNL) a partir dos EUA é uma das apostas da UE para diversificar as fontes de importação, aumentando assim a segurança energética, dado que a Rússia fornece um terço das necessidades da UE.
Bruxelas acolheu hoje uma cimeira entre a UE e os EUA, tendo sido a primeira vez que o Presidente norte-americano, Barack Obama, se deslocou à "sede" das instituições comunitárias desde que se encontra na Casa Branca.
A cimeira de hoje, que juntou à mesa Durão Barroso e o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, do lado europeu, e Barack Obama, foi marcada por uma forte convergência de posições, motivada pela crise na Ucrânia, depois de alguma turbulência na relação transatlântica.
No que respeita à política energética, os líderes da UE reconheceram na sexta-feira a prioridade de concluir o mercado interno da energia este ano e em desenvolver as interconexões de gás e eletricidade em 2015, nomeadamente entre a Península Ibérica e o resto da Europa, o que Durão Barroso considerou então ser "do maior interesse para Portugal".
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