Covid-19: Macau nega discriminação nas novas medidas de controlo fronteiriço

| Mundo
Porto Canal com Lusa

Macau, China, 19 mar 2020 (Lusa) - O Governo de Macau disse hoje que a nova medida que proíbe a entrada de trabalhadores não residentes em Macau, à exceção dos oriundos de Taiwan, Hong Kong e da China continental, não é discriminatória.

"Não é uma medida discriminatória (...) o que nós queremos primeiramente é proteger os residentes de Macau", afirmou o diretor dos Serviços de Saúde de Macau, Lei Chin Ion.

A partir de hoje entrou em vigor a proibição de trabalhadores não residentes em Macau, à exceção dos oriundos de Taiwan, Hong Kong e da China continental, justificada pelo chefe do Governo "para evitar a transmissão da Covid-19", uma medida que afeta portugueses que trabalham e vivem em Macau, assim como milhares de outras pessoas principalmente oriundas das Filipinas e da Indonésia.

O Conselheiro das Comunidades Portuguesas em Macau disse hoje à Lusa que o fecho das fronteiras no território está a ser discriminatório e também a afetar portugueses, que não conseguem entrar, colocando em risco a situação laboral.

No dia em que entraram em vigor as novas restrições, foi igualmente lançada uma petição na qual se apela às autoridades que retirem a medida, por ser "extremamente injusta".

"Com estes sete casos, Macau tinha de tomar esta medida", afirmou o Lei Chin Ion.

Depois de 40 dias sem novos casos de Covid-19, Macau identificou entre segunda-feira e hoje sete pessoas infetadas com o novo coronavírus, a maioria trabalhadores não-residentes, razão que terá motivado o reforço das restrições à entrada no território.

Antes, Macau registava 10 casos, tendo todos já recebido alta hospitalar.

"Dos sete, quatro eram trabalhadores não residentes, mais de metade", disse o responsável, reforçando que seria uma "irresponsabilidade para os residentes de Macau, afetando a saúde deles", se o Governo não tomasse esta medida.

"Como têm um estatuto diferente, as regalias também são diferentes", disse, referindo-se aos "trabalhadores não residentes estrangeiros".

O responsável disse ainda que não confia no número de casos de Covid-19 de países do sudeste asiático, de onde provém a esmagadora maioria dos trabalhadores não residentes do território.

"Os resultados do resto dos países do sudeste asiático não são muito credíveis" (...) Há uma boa parte oculta", afirmou.

Quanto ao facto de estes trabalhadores trabalharem na grande maioria nos casinos do território, o responsável afirmou: "Esta medida pode afetar os casinos, mas mais vale afetar os casinos que toda a sociedade", até porque neste momento "os casinos não têm muitos turistas" e não precisam de tantos trabalhadores.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 210 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.750 morreram.

Das pessoas infetadas, mais de 84.000 recuperaram da doença.

A China anunciou hoje não ter registado novas infeções locais nas últimas 24 horas, o que acontece pela primeira vez desde o início da pandemia. No entanto registou 34 novos casos importados.

O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se já por 173 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

No total, desde o início do surto, em dezembro passado, as autoridades da China continental, que exclui Macau e Hong Kong, contabilizaram 80.894 infeções diagnosticadas, incluindo 69.614 casos que já recuperaram, enquanto o total de mortos se fixou nos 3.237.

O número de infetados ativos no país fixou-se em 8.043, incluindo 2.622 em estado grave.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde elevou quarta-feira o número de casos confirmados de infeção para 642, mais 194 do que na terça-feira. O número de mortos no país subiu para dois.

Os países mais afetados depois da China são a Itália, com 2.978 mortes em 35.713 casos, o Irão, com 1.135 mortes (17.361 casos), a Espanha, com 638 mortes (14.769 casos) e a França com 264 mortes (9.134 casos).

Face ao avanço da pandemia, vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

MIM (JMC) // LFS

Lusa/Fim

+ notícias: Mundo

Ex-membro da máfia de Nova Iorque escreve livro dirigido a empresários

Lisboa, 06 mai (Lusa) -- Louis Ferrante, ex-membro do clã Gambino de Nova Iorque, disse à Lusa que o sistema bancário é violento e que escreveu um livro para "aconselhar" os empresários a "aprenderem com a máfia" a fazerem negócios mais eficazes.

Secretário-geral das Nações Unidas visita Moçambique de 20 a 22 de maio

Maputo, 06 mai (Lusa) - O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, vai visitar Moçambique de 20 a 22 de maio, a primeira ao país desde que assumiu o cargo, em 2007, anunciou o representante do PNUD em Moçambique, Matthias Naab.

Síria: Irão desmente presença de armas iranianas em locais visados por Israel

Teerão, 06 mai (Lusa) - Um general iraniano desmentiu hoje a presença de armas iranianas nos locais visados por Israel na Síria, e o ministro da Defesa ameaçou Israel com "acontecimentos graves", sem precisar quais, noticiou o "site" dos Guardas da Revolução.