BE diz que palavra do PSD aos portugueses "nunca vale tanto" como à 'troika'

| Economia
Porto Canal / Agências

Lisboa, 25 mar (Lusa) - A coordenadora do BE desvalorizou hoje as garantias do líder parlamentar do PSD de que não vêm aí mais cortes nos rendimentos, argumentando que a palavra dada pelos sociais-democratas aos portugueses "nunca vale tanto" como a dada à 'troika'.

"Aquilo que Luís Montenegro diz hoje nós não sabemos o que significa. Temos a certeza, sim, que aquilo que o PSD diz aos portugueses nunca vale tanto como aquilo que diz à 'troika'. Precisamos de esperar para ver qual é o acordo que está a ser feito por este Governo", afirmou Catarina Martins.

Numa conferência de imprensa sobre pobreza, na sede do BE, Catarina Martins sublinhou que "o PSD quando foi eleito tinha dito em campanha eleitoral que não ia cortar salários, que não ia cortar subsídios e fez tudo aquilo que disse que não faria".

"Foi assim que Pedro Passos Coelho se apresentou às eleições e todas as pessoas sabem o que isso significou", disse.

Por outro lado, a coordenadora bloquista argumentou que "há muitas formas de fazer cortes".

"Há cortes dos salários por via do aumento de impostos e há cortes nos salários por via da diminuição de salários. Há cortes nos rendimentos do trabalho por via dos cortes nas pensões, há cortes quando as pessoas têm de pagar mais de taxa moderadora, ou mais pela luz ou pela água. Há também cortes quando há despedimentos", sustentou.

Segundo Catarina Martins, "o PSD antes das eleições apresenta sempre uma tentativa de compreensão social, de necessidade de acorrer àqueles que estão em maiores necessidades, e depois, nas suas medidas, tem vindo a desproteger sempre quem está mais frágil e tem vindo sempre a cortar salários, rendimentos".

O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, afirmou hoje que "não é verdade que venham aí mais cortes de salários e pensões".

"Não é verdade que venham aí mais cortes de salários e pensões, mais cortes de rendimentos. Não é verdade", sublinhou em Viseu o líder da bancada do PSD em intervenção no final das jornadas parlamentares do partido.

Luís Montenegro sublinhou contudo que se aquilo que o PS "quer dizer" é que "tem de haver diminuição da despesa pública e aumento da receita" para que o défice possa ser de 2,5% no final de 2015, então "aí o PS tem razão".

"Vêm aí medidas para tornar o Estado mais eficiente, para pôr o Estado a gastar menos, de preferência de forma estrutural e permanente", ressalvou o social-democrata, advertindo contudo: "Nenhum partido ganha quando de forma despropositada assustamos a nossa sociedade, as pessoas, as famílias, as empresas".

ACL (PPF) // SMA

Lusa/Fim

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