Covid-19: Angola reforça vigilância nas fronteiras após primeiro caso na RDCongo
Porto Canal com Lusa
Luanda, 11 mar 2020 (Lusa) - As autoridades sanitárias angolanas vão reforçar as medidas de vigilância epidemiológica ao longo da fronteira com a República Democrática do Congo (RDCongo), onde foi confirmado o primeiro caso de coronavírus, foi hoje anunciado.
Segundo o secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda, o Ministério da Saúde está a acompanhar "com preocupação" o surgimento do primeiro caso de Covid-19 na RDCongo.
"Todavia, estamos a acompanhar a implementação do nosso plano de contingência. O caso na RDCongo é importado, não há ainda a circulação a nível da comunidade, o que poderia levar-nos a reforçar cada vez mais as medidas que estão a ser implementadas ao longo da fronteira", disse Franco Mufinda, em declarações à rádio pública angolana.
Franco Mufinda considerou que "urge" a necessidade, com outros setores, nomeadamente da área de segurança, do reforço das medidas de vigilância epidemiológico-sanitária ao longo da fronteira.
"Já interagimos com os gabinetes provinciais de saúde das províncias que fazem fronteira com a RDCongo [...] poder reforçar a vigilância que já me referi", frisou.
O primeiro caso confirmado de coronavírus na RDCongo foi diagnosticado a um cidadão belga, na capital, Kinshasa, onde se encontra hospitalizado, anunciou o ministro da Saúde congolês, Eteni Longondo.
"Trata-se de um cidadão belga que está cá há alguns dias e que estamos a seguir. Os resultados dos exames deram positivo".
Os dois países partilham uma vasta fronteira terrestre e fluvial, com mais de 2.500 quilómetros, sendo a imigração ilegal de congoleses para o território angolano uma preocupação para as autoridades angolanas.
Angola registou até ao momento três casos suspeitos de Covid-19, de dois cidadãos chineses e um croata, sendo o resto pessoas que tiveram critério para quarentena, estando na lista de restrições de entrada a China, Irão, Coreia do Sul e Itália.
A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.200 mortos.
Cerca de 117 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 63 mil recuperaram.
Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 631 mortos e mais de 10.100 contaminados pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.
Portugal regista 41 casos confirmados de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
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