EDP diz que central de Sines vai continuar a operar "enquanto as margens permitirem"
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 20 fev 2020 (Lusa) -- O presidente executivo da EDP afirmou hoje que a central de Sines, apesar de estar a operar "muito menos" horas do que em 2018, vai continuar em funcionamento "enquanto as margens o permitirem", pelo menos, até 2023.
"Sines operou muito menos em 2019 do que em 2018. É provável que opere menos horas este ano. Iremos fazer a operação em Sines, enquanto as margens o permitirem. Hoje não se justifica nenhuma decisão contrária a esta", sublinhou António Mexia, em conferência de imprensa, em Lisboa.
O líder da EDP disse ainda que, "em princípio", a central "não pode operar além de 2023", meta do Governo para o fim da produção de eletricidade com carvão, mas, até lá, a empresa quer continuar a garantir "margens positivas".
Em 19 de dezembro, a EDP informou que a perda de competitividade das centrais elétricas a carvão teria um custo extraordinário de 300 milhões de euros e um impacto negativo nos resultados de 2019 de 200 milhões de euros.
Na conferência de imprensa de apresentação de resultados, António Mexia apontou hoje a "imparidade de Sines" como uma das causa para a queda dos lucros em 2019, ano em que a atividade em Portugal deu prejuízo.
A EDP é dona de três centrais a carvão, a de Sines, distrito de Setúbal, em Portugal, e duas em Espanha.
No discurso de tomada de posse, em outubro, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o seu Governo está preparado para encerrar a central de Sines - da EDP - em setembro de 2023.
No programa eleitoral do PS, o calendário previsto para o encerramento da central a carvão de Sines era "entre 2025 e 2030".
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