Moody's alerta que saída da 'troika' pode complicar-se por necessidades de financiamento
Porto Canal / Agências
Redação, 18 mar (Lusa) -- A agência de notação financeira Moody's alertou hoje que a saída de Portugal do programa de assistência económica e financeira pode ser dificultada devido às necessidades de financiamento vindouras, agravadas por incertezas quanto aos compromissos políticos.
Numa nota sobre a zona euro, a agência reconheceu que países como Portugal, Grécia e Espanha realizaram "importantes reformas laborais" a par de "outras reformas para melhorar a sustentabilidade dos sistemas de pensões públicas, aumentar a competitividade e a flexibilidade nos mercados internos".
No entanto, num ponto acerca de "políticas imprevisíveis conducentes a inversões ou abrandamentos de consolidação orçamental e reformas estruturais", a Moody's destaca que "a saída de Portugal do programa da 'troika' em meados de 2014 é complicada pelas grandes necessidades de financiamento nos próximos anos, pelo meio de alguma incerteza quanto ao empenho político dedicado às políticas económicas atuais no médio prazo".
"A política pode potencialmente tornar-se num fator de risco na zona euro novamente este ano ou em 2015, o que pode minar o compromisso dos governos da zona euro para com a consolidação orçamental e a implementação de reformas estruturais", escreve a agência de notação financeira.
Nesse contexto, a Moody's realça que o "persistentemente elevado desemprego e a muito lenta melhoria das perspetivas económicas de vários países podem testar a coesão social depois de seis anos de um já doloroso ajustamento e a probabilidade de mais austeridade pela frente".
"À medida que as eleições nacionais são realizadas nos próximos anos, as frustrações crescentes junto da população em geral podem levar a uma mudança de regime e à adoção de diferentes prioridades económicas", sublinha a Moody's.
Também hoje, a agência considerou que as notas dos países periféricos da zona euro não deverão melhorar nem subir para os níveis observados antes da crise nos próximos 12, 18 meses.
A Moody´s alega que a melhoria das notações e o regresso dos países periféricos às notações observadas antes da crise no próximo ano ou ano e meio, não é previsível devido aos elevados níveis dos défices, aos tímidos crescimentos económicos e aos lentos progressos de reformas institucionais.
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