Ucrânia: Parlamento ucraniano aprova mobilização parcial para reforçar forçar armadas
Porto Canal / Agências
Kiev, 17 mar (Lusa) -- A Rada Suprema (parlamento) da Ucrânia ratificou hoje a mobilização parcial de voluntários para integrarem as forças armadas, decretada pelo Presidente interino ucraniano, Oleksandr Turchinov, para fazer frente às "agressões" continuadas da Rússia.
A decisão do Legislativo foi aprovada com os votos de 275 dos 308 deputados que participaram na sessão.
Segundo a atual Constituição ucraniana, os decretos presidenciais devem ser ratificados pela Rada.
O Presidente interino justificou o decreto de mobilização parcial com a "continuação da agressão na República Autónoma da Crimeia, que a Rússia tenta dissimular com uma grande farsa chamada referendo, que nunca será reconhecido nem pela Ucrânia e nem pelo mundo civilizado".
Segundo o decreto presidencial, serão mobilizados os cidadãos que voluntariamente expressaram o desejo de se incorporarem nas forças armadas.
A mobilização, depois de ratificada pela Rada, vai realizar-se durante 45 dias.
O decreto pretende criar condições para que as forças armadas e os serviços de defesa civil possam organizar-se para o "tempo de guerra".
Por seu lado, o ministro da Defesa ucraniano, Igor Teniuk, disse que as tropas ucranianas vão permanecer na Crimeia.
"Os militares que estão destacados (na Crimeia) ficarão lá", declarou, o ministro numa conferência de imprensa reagindo às declarações do parlamento da Crimeia, que afirmou que as unidades militares ucranianas baseadas na Crimeia seriam todas desmobilizadas.
O parlamento da Crimeia aprovou hoje uma resolução a declarar-se independente da Ucrânia e pediu oficialmente a anexação da península à Rússia.
A resolução foi adotada numa sessão do parlamento, na qual também ficou acordado que a Crimeia passará a usar o fuso horário de Moscovo, e não o de Kiev, Ucrânia, que seguia agora.
Esta resolução seguiu-se ao referendo de domingo na Crimeia, no qual 96,6 por cento dos habitantes da península aprovaram a unificação do território à Rússia.
As autoridades autónomas da Crimeia convocaram o referendo de domingo na sequência da deposição do Presidente ucraniano pró-russo Viktor Ianukovich, em fevereiro, após três meses de violentos protestos em Kiev, liderados pelas forças da oposição.
Depois da queda de Ianukovich, forças apoiadas pela Rússia assumiram o controlo da península do sul da Ucrânia, transformada no foco do mais grave conflito entre Leste e Ocidente desde o final da Guerra Fria.
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