UE deve enviar "a mensagem mais forte possível à Rússia" - Ashton
Porto Canal / Agências
Bruxelas, 17 mar (Lusa) - A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, afirmou hoje que a UE deverá enviar "a mensagem mais forte possível" à Rússia, no dia em que os ministros europeus dos Negócios Estrangeiros discutem sanções após o referendo na Crimeia.
"Queremos enviar a mensagem mais forte possível à Rússia" para que ela "compreenda quão séria é a situação", um dia depois do "suposto referendo na Crimeia", disse Ashton antes de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros em Bruxelas.
Os ministros deverão chegar a acordo sobre eventuais sanções contra os responsáveis russos ou ucranianos pró-russos sob a forma de restrições de vistos e congelamento de bens.
"Apelo de novo à Rússia para que inicie o diálogo com as autoridades ucranianas", acrescentou Ashton. "Não constatamos isso" neste momento, afirmou.
"A Ucrânia quer ter boas relações com a Rússia, tal como o querem a União Europeia e o resto do mundo", sublinhou a comissária europeia.
Um total de 96,6% dos votantes da Crimeia votou a favor da reunificação com a Rússia no referendo de domingo, informou hoje o presidente da Comissão Eleitoral da Crimeia, Mikhailo Malychev.
O parlamento da Crimeia aprovou hoje em sessão extraordinária os resultados do referendo e, seguidamente, pediu ao Presidente russo, Vladimir Putin, para que aceite aquela república ucraniana no seio da Federação Russa.
O referendo é considerado ilegal pelas novas autoridades de Kiev e pela maioria da comunidade internacional. Só Moscovo defende que se trata de uma consulta "legítima".
As autoridades autónomas da Crimeia convocaram o referendo na sequência da deposição do Presidente ucraniano pró-russo Viktor Ianukovich, em fevereiro, após três meses de violentos protestos em Kiev, liderados pelas forças da oposição.
Depois da queda de Ianukovich, forças apoiadas pela Rússia assumiram o controlo da península do sul da Ucrânia, transformada no foco do mais grave conflito entre Leste e Ocidente desde o final da Guerra Fria.
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