Rússia realiza exercícios militares em regiões de fronteira com a Ucrânia
Porto Canal
A Rússia avançou com exercícios militares em várias regiões situadas na fronteira com a Ucrânia para verificar a aptidão das tropas de combate terrestre, anunciou hoje o ministério russo da Defesa.
"As unidades e divisões das forças armadas intensificaram os exercícios no solo nos polígonos das regiões de Rostov, Belgorod, Tambov e Kursk", indicou o ministério num comunicado, precisando que estas manobras durariam até ao final de março.
No entanto, o ministério não indicou quantos soldados foram mobilizados para estes exercícios.
"O principal objetivo destas medidas é verificar a aptidão das tropas em realizar exercícios de combate em lugares desconhecidos e em polígonos não testados", precisou a nota.
Durante estas manobras, as tropas deverão efetuar deslocamentos e assegurar que conseguem se movimentar nos terrenos desconhecidos sem serem detetados.
Também deverão fazer exercícios de combate. Muitos vídeos e fotos estão na Internet mostrando os movimentos de blindados, mas em a possibilidade de determinar o local em que se desenvolvem.
O ministério informou a agência de notícias Itar-Tass que outros exercícios das unidades de paraquedistas implicam 4.000 soldados, 36 aviões e cerca de 500 veículos militares, na região de Rostov.
Na quarta-feira, o vice-ministro russo da Defesa Anatoli Antonov indicou que Moscovo autorizou a Ucrânia a proceder um voo de observação ao longo da fronteira do seu território para assegurar a ausência de ameaça para a sua segurança, sem precisar quando o voo será realizado.
A Rússia já realizou, entre 26 de fevereiro e 06 de março, exercícios nos distritos do centro e oeste do país.
O parlamento da Crimeia marcou para domingo um referendo para que os habitantes da Península decidam se querem pertencer à Federação russa - que tem tropas na região da Crimeia, no Mar negro - ou uma autonomia mais alargada em relação à Ucrânia.
As autoridades da Crimeia não reconhecem o novo Governo da Ucrânia, que foi nomeado pelo parlamento após a destituição do Presidente Viktor Ianukovich, atualmente exilado na Rússia e que reivindica ser ainda o chefe de Estado.
Tanto as novas autoridades de Kiev como a comunidade internacional ocidental consideram este referendo ilegal e têm apelado à Rússia para que não apoie a iniciativa.
A crise na Ucrânia começou em novembro do ano passado quando Ianukovich recusou assinar um acordo de associação com a União Europeia e promoveu uma aproximação à Rússia.