Ucrânia: Japão vai financiar missão de observação da OSCE
Porto Canal / Agências
Tóquio, 08 mar (Lusa) -- O Governo nipónico anunciou que vai financiar a missão de observação e mediação da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) na Ucrânia, naquela que constitui a primeira ajuda direta do Japão na crise ucraniana.
O Japão, que atua como observador na OSCE, vai fornecer cerca de 14 milhões de ienes (cerca de 100.000 euros) para o custo da missão, a realizar na Ucrânia no final do mês, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros à agência Kyodo.
Esta é a primeira vez que Tóquio oferece assistência financeira à Ucrânia desde que a Rússia deslocou as suas forças armadas para a região ucraniana da Crimeia.
A missão da OSCE vai operar nas áreas do leste e sudeste da Ucrânia, incluindo a Crimeia, com funções na monitorização do respeito pelos direitos humanos das minorias étnicas e promoção do diálogo entre os cidadãos apoiantes de Kiev e os de Moscovo, segundo o Ministério nipónico dos Negócios Estrangeiros.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Fumio Kishida, disse na sexta-feira que está a ser ponderado o aumento do apoio financeiro à Ucrânia através do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Uma equipa técnica do FMI encontra-se em Kiev para avaliar as necessidades económicas da Ucrânia, que segundo este país ascendem a cerca de 35.000 milhões de dólares (cerca de 25.500 milhões de euros).
A tensão entre a Ucrânia e a Rússia agravou-se na última semana, após o afastamento do ex-presidente Viktor Ianukovich e a presença de militares russos na Crimeia, península do sul do país onde está localizada a frota da Rússia do Mar Negro.
Na terça-feira, em conferência de imprensa, Vladimir Putin alegou que interveio na Crimeia a pedido de Ianukovich e anunciou que mantém o "direito de atuar" na Ucrânia, em último recurso, para defender cidadãos russos.
Já o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, anunciou um pacote de ajuda financeira à Ucrânia de 11 mil milhões de euros. Para quinta-feira está agendado um Conselho Europeu extraordinário para debater a situação.
A crise na Ucrânia começou em novembro com protestos contra a decisão de Ianukovich de recusar a assinatura de um acordo de associação com a UE e promover uma aproximação à Rússia.
Em fevereiro, após meses de manifestações e confrontos no centro de Kiev, Ianukovich foi afastado, tendo tomado posse um novo governo, pró-ocidental.
Em declarações posteriores, Ianukovich continua a apresentar-se como o Presidente legítimo da Ucrânia, posição que conta com o apoio da Rússia.
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