Primeiro-ministro apela à moderação na forma como são expressas opiniões sobre a Ucrânia
Porto Canal / Agências
Lisboa, 05 mar (Lusa) - O primeiro-ministro apelou hoje à moderação na forma como são expressas as opiniões sobre a situação na Ucrânia, defendendo a necessidade de assegurar a independência do país, a liberdade dos seus cidadãos e "a estabilidade mundial e europeia".
"Nós respeitamos os Estados que são independentes e desejamos que o seu caminho de reconciliação nacional, um caminho de pluralismo democrático possa ser prosseguido", afirmou o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, durante o debate quinzenal, em resposta a uma pergunta do líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, a propósito do conselho europeu extraordinário que se realiza quinta-feira em Bruxelas.
Sublinhando a sua preocupação com o que se está a passar na Ucrânia, que já implicou "violações do direito internacional", Passos Coelho defendeu a necessidade assegurar a independência do país, "a liberdade de todos os seus cidadãos, mas também a estabilidade mundial e europeia".
"Esse apelo é um apelo de mediação e de moderação na forma como cada um deve expressar as suas opiniões sobre esta matéria é um apelo que fazemos a todos os nossos parceiros europeus, mas também a todas as instituições internacionais", salientou o primeiro-ministro.
Antes, das bancadas do PSD e do CDS-PP o primeiro-ministro tinha ouvido essencialmente apelos ao consenso com a oposição, em particular com o PS.
"Em nome do esforço dos portugueses, do caminho percorrido, daquilo que conseguimos fazer, das 11 avaliações que passámos, queria em nome da bancada do CDS apelar ao Governo e ao senhor primeiro-ministro, para que possa promover consensos com o maior partido da oposição em matérias estruturantes para o país", disse o líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães.
Admitindo que é impossível e até "mau para a democracia" maioria e oposição concordarem em tudo, Nuno Magalhães pediu para que todos façam um esforço "em nome dos sacrifícios dos portugueses".
Pelo PSD, o líder da bancada Luís Montenegro começou a sua intervenção do debate quinzenal com "um lamento democrático" em relação à forma "zangada" com que o PS reagiu à conclusão da 11.ª e penúltima avaliação do programa de ajustamento.
"Não se compreende que PS se apresente zangado por portugueses estarem a cumprir a palavra dada por um Governo socialista", disse Luís Montenegro.
Tal como antes tinha feito o líder parlamentar do parceiro de coligação, Luís Montenegro repetiu os apelos ao consenso, sublinhando que as divergências políticas não são incompatíveis com assumir compromissos.
"Estamos disponíveis nesta bancada e nesta maioria, gostaríamos muito que, em especial, o PS não ficasse nesta posição de isolamento, quase de orgulhosamente sós, que infelizmente tem uma dimensão interna, que prejudica o interesse nacional, mas que tem também uma dimensão externa, porque também na Europa o PS está cada vez mais isolado", disse.
"Não se trata de dar a mão ao Governo, trata-se de dar a mão ao país, porque é isso que o país exige de nós", corroborou o primeiro-ministro, repetindo os insistentes apelos ao diálogo com o PS.
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