Acção da Rússia é ameaça a segurança, consultas continuam quarta-feira - NATO
Porto Canal / Agências
Bruxelas, 04 mar (Lusa)- O secretário-geral da NATO criticou hoje a Rússia por "continuar a violar a soberania da Ucrânia" e disse que os aliados estão unidos contra esta ameaça à segurança da área euro-atlântica e vão continuar o processo de consultas.
"Estamos empenhados em intensificar o nosso processo rigoroso de análise desta ameaça para a segurança da Aliança e continuaremos em coordenação próxima estas consultas", afirmou o dinamarquês em Bruxelas, após um encontro do Conselho do Atlântico Norte (com os embaixadores permanentes dos 28 países), realizado a pedido da Polónia, que invocou o artigo 4.º do Tratado de Washington.
Este artigo do tratado fundador da NATO estipula que "qualquer aliado pode solicitar consultas sempre que, na opinião de qualquer um deles, a sua integridade territorial, a independência política ou a segurança é ameaçada".
O líder da Aliança Atlântica fez notar que apesar de sucessivos apelos da comunidade internacional, a Rússia "continua a violar a soberania e integridade territorial" da Ucrânia e também várias das suas obrigações internacionais.
"Estes acontecimentos têm implicações sérias para a segurança e estabilidade da zona euro-atlântica", considerou.
O secretário-geral da NATO garantiu ainda que os aliados continuarão a apoiar todos os "esforços construtivos para encontrar uma solução pacífica para a atual crise, de acordo com o direito internacional".
Rasmussen adiantou que as consultas ao nível da comissão NATO-Ucrânia irão continuar e que na quarta-feira terá lugar uma reunião extraordinária do Conselho NATO-Rússia.
A tensão entre a Ucrânia e a Rússia agravou-se na última semana, após a queda do presidente ucraniano Viktor Ianukovich, e Moscovo enviou nas últimas horas tropas para a república autónoma da Crimeia, com uma maioria de cidadãos russos e base da frota russa do Mar Negro.
A decisão foi tomada em nome da proteção dos cidadãos e soldados russos, depois de o Governo autónomo ter rejeitado o novo executivo da Ucrânia, formado pelos três principais partidos da oposição ao presidente Ianukovich, atualmente no exílio.
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