Ucrânia: Líderes UE devem condenar acção russa mas manter via para a paz - Barroso
Porto Canal / Agências
Bruxelas, 04 mar (Lusa)- O presidente da Comissão Europeia defendeu hoje que os líderes europeus devem "condenar" firmemente as recentes ações da Rússia na Crimeia, mas manter uma via política para garantir a paz, "o bem mais precioso da Europa".
"Estamos muitíssimo preocupados com esta situação e com o que isto pode representar para a paz na Europa, a paz é o bem mais precioso que temos na Europa e estamos a fazer tudo aquilo que está ao nosso alcance para, por uma via política e diplomática, evitar que haja situações mais difíceis do que aquelas que já temos, por isso é que foi decidido convocar este Conselho informal [na próxima quinta-feira] ", afirmou José Manuel Durão Barroso.
As declarações do chefe do executivo comunitário foram proferidas à Lusa e à Sic, após ter participado num debate no Parlamento Europeu, em Bruxelas, promovido pela Provedoria Europeia de Justiça.
"Eu espero que haja uma posição firme de todos os governos no sentido de condenar o que se está a passar, de mostrar que haverá consequências se não se corrigir a situação, mas ao mesmo tempo que se continue com uma via política, diplomática, para garantir o bem mais precioso que temos na Europa, que é a paz", referiu Barroso.
Questionado sobre as consequências que poderão advir da cimeira extraordinária de quinta-feira, Durão Barroso respondeu: "Não vou agora especular".
A União Europeia convocou na segunda-feira um conselho europeu de chefes de Estado e Governo para debater a situação na Ucrânia e a escalada de tensão com a Rússia.
A tensão entre a Ucrânia e a Rússia agravou-se na última semana, após a queda do Presidente Viktor Ianukovich, por causa da Crimeia, península do sul do país onde se fala russo e está localizada a frota da Rússia no Mar Negro.
A câmara alta do parlamento russo aprovou no sábado, por unanimidade, um pedido do presidente Vladimir Putin para autorizar "o recurso às forças armadas russas no território da Ucrânia".
Hoje, o presidente russo, Vladimir Putin, denunciou uma "tomada de poder pelas armas" na Ucrânia, sublinhando que o que aconteceu foi um "golpe de estado anticonstitucional", resultado de uma insurreição armada.
Estas foram as primeiras declarações de Putin acerca da crise na Ucrânia e ocorreram num encontro com um grupo de jornalistas difundido pela televisão oficial.
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