Timor-Leste/20 anos: Viúva de jornalista australiano morto em 1975 entrega petição a MNE

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Porto Canal com Lusa

Díli, 30 ago 2019 (Lusa) -- Sherley Shackelton, viúva de um dos cinco jornalistas australianos mortos em Timor-Leste em 1975 entregou hoje à ministra dos Negócios Estrangeiros australiana uma petição para que Camberra abandone o julgamento de dois homens que denunciaram espionagem australiana em Díli.

A ativista por Timor-Leste conseguiu entregar a petição depois de ter acesso ao interior do Ministério das Finanças, em Díli, onde decorria um almoço oficial por ocasião dos 20 anos do referendo de independência oferecido pelo primeiro-ministro timorense, Taur Matan Ruak.

Shackelton não chegou a ser travada no edifico, correndo depois atrás do primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, acabando por ser interpelada pela ministra dos Negócios Estrangeiros, Marisa Payne, que recebeu a petição.

A cidadã australiana decidiu oferecer-se para entregar a petição porque cidadãos timorenses não estavam a conseguir chegar às delegações oficiais presentes em Díli

A petição tem mais de 4.300 assinatura recolhidas junto de cidadãos timorenses nos últimos dias e pede ao Governo australiano que abandone o julgamento de um ex-espião, conhecido apenas como "testemunha k" e do seu advogado -- e de Timor-Leste -- Bernard Collaery.

O caso da "testemunha k" e Collaery tem-se tornado numa questão diplomática entre Timor-Leste e a Austrália, tendo o ex-Presidente timorense Xanana Gusmão afirmado que pode testemunhar num tribunal em Camberra se as autoridades australianas não abandonarem o processo.

A "testemunha K" e Collaery são acusados de conspiração pelas autoridades em Camberra, crime que tem uma pena máxima de dois anos de prisão, e estão a ser julgados num tribunal australiano.

Os dois foram acusados no ano passado de conspirar para revelar informações protegidas pela lei dos serviços secretos, que abrange o sigilo e a comunicação não autorizada de informação, num processo envolto em segredo.

A entrega da petição foi a segunda ação do dia em Díli contra o julgamento, com um grupo de manifestantes a desafiar uma proibição de manifestações na capital, colocando num barco à frente do Palácio do Governo uma faixa em protesto.

A pequena faixa foi colocada numa embarcação ao início da manhã, junto à costa em frente ao Palácio do Governo, onde os primeiros-ministros de Timor-Leste, Taur Matan Ruak e da Austrália, Scott Morrison, formalizam hoje a entrada em vigor do tratado de fronteiras marítimas.

A petição e o protesto simbólico foram ambos organizados por elementos do Movimento Contra Ocupação Mar de Timor (MKOTT), o grupo mais vocal na crítica à decisão australiana de julgar por conspiração um ex-espião e um ex-advogado de Timor-Leste, Bernard Collaery.

Numa nota à imprensa esta semana a MKOTT diz que o julgamento está a "manchar as relações bilaterais da Austrália e de Timor-Leste".

"As celebrações dos 30 de agosto de 2019, particularmente a ratificação do Tratado de fronteira marítima, não ficarão sem a liberdade de Bernard Collaery e da testemunha k, heróis e grandes amigos do povo de Timor-Leste", refere o comunicado.

"Se a sua acusação continuar, isso só mostrará que o governo da Austrália entrou no Tratado de fronteira marítima com Timor-Leste de má-fé e isso continuará a perturbar as nossas relações bilaterais", afirmou.

ASP // PJA

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