Viktor Ianukovich diz continuar a considerar-se Presidente da Ucrânia
Porto Canal / Agências
Moscovo, 27 fev (Lusa) -- O deposto presidente da Ucrânia, Viktor Ianukovich, afirmou hoje que se continua a considerar chefe de Estado legítimo do seu país e pediu à Rússia que garanta a sua segurança.
Numa mensagem "ao povo da Ucrânia", divulgada pela agência noticiosa russa Interfax, Ianukovich disse ser vítima de ameaças e assinalou que o novo poder em Kiev é ilegítimo.
"Eu, Viktor Fiodorovich Ianukovich, dirijo-me ao povo da Ucrânia. Como antes, considero-me chefe legítimo do Estado ucraniano, eleito pela vontade livremente expressa dos cidadãos ucranianos", refere o texto.
"Têm chegado ameaças de represálias, para mim e para os meus próximos. Tenho que pedir às autoridades da Federação Russa que garantam a minha segurança pessoal perante ações extremistas", adiantou.
Uma fonte próxima das autoridades russas informou hoje que a Rússia respondeu positivamente ao pedido do deposto Presidente ucraniano garantindo-lhe segurança no território russo.
"Dado que Ianukovich se dirigiu às autoridades russas para pedir que garantam a sua segurança pessoal, informamos que esse pedido foi satisfeito em território russo", disse a mesma fonte citada por agências locais.
Ianukovich afirmou ainda que qualquer ordem dada às forças armadas e aos serviços de segurança para intervir nos assuntos políticos internos será ilegal e criminosa.
Disse também estar determinado a lutar até ao fim pelo cumprimento dos "importantes acordos alcançados para retirar a Ucrânia da sua profunda crise política", numa referência ao acordo que subscreveu no passado dia 21 com a oposição, sob mediação da União Europeia.
"Lamentavelmente, tudo o que ocorre agora na Rada Suprema (parlamento) da Ucrânia não é legítimo", insistiu.
Considerou ser "evidente que o povo do sudeste da Ucrânia e da Crimeia [zonas russófonas] não aceita o vazio de poder e o que está a ocorrer no país, quando os dirigentes dos ministérios são eleitos por uma multidão numa praça".
Ianukovich está em paradeiro desconhecido desde sábado, quando a oposição tomou o poder em Kiev depois de três meses de protestos.
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